A Gerência do Trabalho e Emprego em Rondonópolis vai priorizar as ações no combate ao trabalho escravo, exploração infantil e acidentes fatais. O superintendente Regional do Trabalho e Emprego em Mato Grosso, Valdiney Antônio de Arruda, esteve ontem em Rondonópolis para avaliar as ações do órgão na cidade e região Sul em 2011 e refletir sobre o planejamento de trabalho para 2012.
Segundo o superintendente, o número de auditores da Gerência do Trabalho e Emprego em Mato Grosso é reduzido, assim como de todo o Brasil. “Como temos um efetivo menor e os maiores índices no Estado são de acidentes fatais nas empresas, exploração infantil e agora após uma década sem ocorrência, registro de trabalho escravo na região Sul do estado, decidimos priorizar as ações nestes três problemas”, externou Valdiney Arruda.
Ele repassou que, no Brasil, em cada grupo de cem mil trabalhadores, são registrados 13 acidentes com mortes por ano. Enquanto em Mato Grosso, levando em consideração a mesma estatística, são 43 mortes para grupo de cem mil, considerado o índice mais alto do país. 34% dos acidentes fatais foram na região Sul. Quanto aos registros de exploração do trabalho infantil, incluindo a prostituição de menores, Rondonópolis é a terceira cidade no Estado, perdendo para Várzea Grande e Cuiabá.
De acordo com Dalmi Vaz da Silva, gerente do Trabalho e Emprego em Rondonópolis, em dez anos a região Sul registrou pela primeira vez em 2011 dois casos de trabalho escravo, onde foram resgatados 23 trabalhadores. Sendo 14 em uma fazenda de plantio de eucalipto no município de Primavera do Leste e nove em uma fazenda de gado próxima à região da Sete Placas, na BR-163.
“Nos dois casos, os trabalhadores não tinham moradias dignas, morando em abrigo coberto por lona, falta de água potável e executavam os serviços sem condições adequadas para o trabalho. Em Primavera do Leste, os trabalhadores em condição de escravidão tomavam água de rio armazenada em recipientes improvisados de embalagens de agrotóxicos”, disse Dalmi Vaz.
EFETIVO
Em Rondonópolis, são 41.452 trabalhadores com carteira assinada e 7.806 estabelecimentos. Conforme o superintendente Valdiney Arruda, os 13 auditores são suficientes para realizar o trabalho em Rondonópolis. “O problema é que eles têm que atender mais 42 municípios na região e adjacências. Porém, o efetivo ainda está melhor se comparado com outras cidade de Mato Grosso”, disse. Do último concurso público foram lotados na Gerência do Trabalho em Rondonópolis sete auditores. “Sete tomaram posse, mas oito foram remanejados”, observa Dalmi Vaz.
