Os motoristas profissionais do Estado de Mato Grosso que transportam cargas para os terminais ferroviários de Alto Araguaia e Alto Taquari aprovaram indicativo de greve para a próxima segunda-feira (16). A greve será um movimento pacífico, liderada pelos representantes da Federação dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado de Mato Grosso (Fettremat) e Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Terrestres, que englobam um grupo de sete instituições representativas em regiões do Estado. O movimento conta com o apoio da Associação de Transportes de Cargas (ATC) e Associação dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Mato Grosso (Sindicam/MT e Sindicam/Sorriso).
Segundo o presidente da Federação dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado de Mato Grosso, Luiz Gonçalves Costa, os motoristas vão cruzar os braços no dia (16) se, caso a empresa América Latina Logística (ALL), não atender os itens da pauta de reivindicações. As transportadoras já estão recusando frete para a região desde essa semana.
“Há vários meses os representantes da empresa só fazem promessas que não saem do papel. Queremos uma ação concreta e definitiva para resolver o problema dos terminais. Tendo em vista a gravidade da situação enfrentada pela categoria, a greve tem 99% de chance para se consolidar. A paralisação dos trabalhos já foi solicitada há muito tempo pelos motoristas. Porém, os sindicatos e federação sempre agiram de forma diplomática. Mas já tentamos todos os meios e não resta outra saída a não ser o direito de greve previsto pela Constituição Federal”, considera o presidente da Federação.
Durante esta semana, todas as empresas e transportadoras estão sendo comunicadas sobre a paralisação. “Este comunicado é para evitar que as empresas percam as suas cargas, pois a greve será por tempo indeterminado”, alerta Luiz Gonçalves.
De acordo com o advogado da Fettremat, Silvio Marinho do Nascimento, os dirigentes da ALL, até hoje, só mandam representantes sem autonomia para direcionar a solução dos problemas. “Eles vêm, conversam com os sindicalistas, mas nada é resolvido. Apenas falam que vão buscar uma resposta da diretoria. Nunca disseram nada a respeito da principal reivindicação que é o asfaltamento dos pátios”, disse.
Conforme o diretor executivo da Associação de Transportes de Cargas (ATC), Miguel Mendes, a entidade apóia o movimento, uma vez que são constantes as reclamações das transportadoras em relação aos prejuízos mecânicos nos veículos. “Neste período, estamos orientando as transportadoras a recusarem frete para os terminais de Alto Araguaia e Alto Taquari”, afirma.
Na segunda-feira passada (9), os trabalhadores e sindicalistas elaboraram uma pauta de reivindicações composta de 11 itens para solução dos problemas enfrentados, como a necessidade de melhorias na infraestrutura dos pátios dos terminais ferroviários. “Hoje, para descarregar no Porto Seco, os profissionais se deparam com poeira, turno da empresa reduzido, falta de conservação das rampas da classificação e no tempo das chuvas lama no estacionamento, mau cheiro, espera de mais 36 horas, longas filas. Atualmente, uma média de trezentos a mil caminhões são descarregados no local diariamente”, repassou Luiz Gonçalves.
Não só os pátios, que mais são em época de seca 10 a 15 centímetros cobertos com pó e quando chove é um lamaçal pra ninguém botar defeito, verdadeiros atoleiros. Deveria haver toda uma infra estrutura como banheiros à altura, restaurantes, lanchonetes e assim por diante, para atender às necessidades dos caminhoneiros e suas famílias. Da maneira como se encontra vergonha é pouco e o descaso tomou conta. Seria de bom tamanho que o Ministério Público desse uma chegadinha por lá. Deixar como está é menosprezar quem lá trabalha e todos os profissionais do volante e suas fmílias, que merecem respeito e serem tratados com dignidade.
Que falta faz a ferrovia!