Prazer, Kaká. Sem tietagem e quase sem chamar a atenção, o meia se apresentou nesta segunda-feira pela primeira vez à seleção brasileira em dois anos, na cidade de Wroclaw, na Polônia. O meia chegou como a esperança de dar ao time jovem a sua experiência e a identidade que tem faltado para o grupo. Mas insistia em não se colocar como nome certo para 2014. Duas horas depois, era a vez de Neymar desembarcar, com todo o status de astro, fugindo das câmeras, com fone de ouvido com as cores do Brasil e admitindo que não conhecia Kaká pessoalmente. Dois craques, dois estilos completamente diferentes que, pela primeira vez, se encontraram
A seleção desembarcou nesta segunda na cidade polonesa de Wroclaw, onde ficará concentrada para os amistosos no dia 11 contra o Iraque, na Suécia, e no dia 16, de volta na Polônia. Os jogos serão os primeiros da era Mano Menezes a contar com Kaká, que vestiu a camisa da seleção pela última vez em 2010, no jogo contra a Holanda na Copa do Mundo.
Agora, Kaká chega em um momento crítico para a seleção. A CBF garantiu Mano Menezes no comando até a Copa das Confederações. Mas quer que a comissão técnica use o período para a formação de um “conjunto” com caráter. Por mais que o técnico tenha apostado em uma renovação, acabou admitindo a necessidade de ter um líder em campo, seu camisa 10.
O meia, mesmo visto como a pessoa que poderia resgatar o time, assumiu que vivia aos 30 anos um recomeço e admitiu que não há nenhuma garantia de que ele esteja em condição para estar no grupo em 2014 para a Copa. “É preciso ter calma. Não dá para pensar em Copa do Mundo agora num momento em que estou voltando depois de dois anos e meio longe da seleção. Mas é um recomeço e estou feliz por voltar”, declarou Kaká.
Nesta segunda, Kaká se deparou com sua nova realidade e com uma nova geração vestindo a camisa da seleção. O meia tinha a consciência de que estava sendo chamado para passar ao grupo sua experiência e não deixava de assumir sua responsabilidade perante um grupo jovem. “Estou chegando para dividir responsabilidades. A seleção tem jogadores novos. Mas já são muito bons. Esse grupo tem toda condição de ser vencedor. Vim para ajudar”, disse. “Quero misturar minha experiência com a juventude deles”.
Kaká entrará como titular já nesta quinta e Lucas ficará no banco. Mas o próprio Kaká admitia que sequer conhecia pessoalmente vários dos jogadores convocados por Mano Menezes, inclusive Neymar, o principal jogador da seleção até sua chegada “Muitos eu não conheço pessoalmente. O Neymar, por exemplo, não o conheço”, disse. “Venho numa situação diferente de quando cheguei à seleção pela primeira vez e encontrei alguns dos meus ídolos”, disse, atendendo à imprensa com calma e um amplo sorriso.
