Corinthians faz “decisão” contra o Tolima

Passar pelo Deportes Tolima, nesta quarta-feira, às 21 horas, em Ibagué, na Colômbia, e dar um ponto final às críticas ou ser eliminado precocemente da Copa Libertadores da América e conviver com um Corinthians em ebulição. Esse é o dilema de Tite, que fará apenas seu 14.º jogo à frente da equipe e nesse curto espaço de tempo já vivenciou momentos tão antagônicos quanto à recuperação no Campeonato Brasileiro, no ano passado, às vaias no jogo de ida há uma semana, no Pacaembu.
Oficialmente, a diretoria ainda confia no trabalho de Tite e o discurso é que ele será mantido no cargo mesmo se não avançar à fase de grupos – o Corinthians precisa vencer ou empatar com gols em Ibagué, cidade que fica a 200 km da capital Bogotá. Nos bastidores, a história é um pouco diferente e já se fala em até uma troca de técnico em caso de eliminação. Ou que Tite ganharia uma sobrevida até as semifinais do Campeonato Paulista.
O cenário que se desenha na Colômbia não é nada bom para Tite. O lateral-esquerdo Roberto Carlos sentiu a coxa direita, foi vetado da partida e dá lugar a Fábio Santos; Bruno César, então o principal jogador do time, vive má fase e perdeu posição para o Paulinho; e Ronaldo ainda não marcou em 2011. Ou seja: é com um time remendado e modificado que Tite irá definir o futuro do Corinthians (e dele próprio) na temporada.
Se não avançar à fase de grupos, o ano praticamente acabará. Fora da Copa do Brasil e também da Copa Sul-Americana, o Corinthians só terá chance se de classificar à Libertadores de 2012 indo bem no Brasileirão.
Situação nada cômoda para uma equipe que tinha chance de ser campeã nacional até última rodada. Perdeu o título e pior: na rodada derradeira, empatou com os reservas do já rebaixado Goiás, num Serra Dourada apinhado de corintianos, resultado que obrigou o mata-mata contra o Tolima.
As críticas ao trabalho de Tite começaram já nesse jogo no Serra Dourada e tomaram corpo nos cinco primeiros jogos desta temporada. Os querem vê-lo fora do Corinthians argumentam que ele arma suas equipes muito defensivamente. O técnico se defende Tite confidenciou a amigos que está tranquilo, embora reconheça que a pressão por uma vitória nesta quarta é real. E ele tem conhecimento que se o pior acontecer sua vida não será nada fácil.
A seu favor ele tem alguns argumentos: o tempo de preparação foi curto para um jogo tão decisivo, há jogadores em condições físicas precárias (vide a contusão de Roberto Carlos), e outros em mal tecnicamente.