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, 21 maio 2024
 
 

MPF denuncia 36 investigados na Lava Jato

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O procurador Deltan Dallagnol mostra organograma do funcionamento do esquema
O procurador Deltan Dallagnol mostra organograma do funcionamento do esquema

Brasília

O Ministério Público Federal do Paraná ofereceu ontem (11) denúncias contra 36 investigados na sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal para investigar lavagem de dinheiro e evasão de divisas e que resultou na descoberta de um esquema de desvio de dinheiro e superfaturamento de obras da Petrobras. Se o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, aceitar as denúncias do Ministério Público, os investigados passarão à condição de réus no processo. A expectativa é que Moro aceite as denúncias até esta sexta (12).
Ontem, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, esteve em Curitiba (PR) para se reunir com a força-tarefa do MPF do Paraná que atua no caso, para discutir quais medidas podem ser tomadas a partir do oferecimento das denúncias. Nas denúncias, os procuradores da República listaram três crimes imputados aos investigados (corrupção, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro).
Segundo o Ministério Público Federal, das 36 pessoas denunciadas, 23 são ligadas às empresas Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, Mendes Júnior, OAS e UTC.
Com as ações na Justiça, os procuradores tentarão recuperar R$ 1,18 bilhão. De acordo com o Ministério Público Federal, essa quantia corresponde a 3% dos valores de contratos firmados por meio do esquema de fraude em licitações da Petrobras. Segundo o MPF, esse era o percentual destinado à propina pago pelas empresas corruptoras aos beneficiários.
Responsável por apresentar as denúncias à imprensa, o procurador Deltan Dallagnol afirmou que havia um “jogo de cartas marcadas” em licitações da Petrobras. “As empresas simularam um ambiente de competição, fraudaram a competição e, em reuniões secretas, definiam quem iria ganhar as licitações”, disse o procurador.
DENUNCIADOS
Durante a apresentação das denúncias à imprensa, o procurador afirmou que dos 36 denunciados ontem pelo Ministério Público, 22 são ligados a empresas investigadas. Algumas pessoas, explicou, são denunciadas mais de uma vez – como o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que tinha envolvimento com mais de uma empreiteira, segundo o MP.
Dallagnol disse que a “força-tarefa” de procuradores que atua no caso identificou 154 atos de corrupção, referentes aos 36 denunciados nesta quinta. O procurador explicou que o número corresponde ao número de contratos investigados e nos quais foram encontrados indícios de irregularidades. Segundo Deltan Dallagnol, há indicativos de que as empresas “corromperam” a Petrobras e outros órgãos públicos. O procurador sugeriu que o “ideal” seria que “todos” os contratos dessas empreiteiras fossem suspensos, mas ele reconheceu que a medida não é viável, devido à paralisação de obras públicas, e defendeu a manutenção da prisão dos que estão detidos.
Questionado sobre se haverá um acordo entre o Ministério Público Federal e as empresas no processo da Lava Jato, o procurador afirmou que não existe um “acordão”. “A exigência [do MPF] é de reparação por dano, reconhecimento de culpa e fornecimento de novas provas para investigações”, afirmou Dallagnol.
LAVA JATO
A operação Lava Jato começou investigando um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. A investigação acabou resultando na descoberta de um esquema de desvio de recursos da Petrobras, segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.
Na primeira fase da operação, deflagrada em março deste ano, foram presos, entre outras pessoas, o doleiro Alberto Youssef, apontado como chefe do esquema, e o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
A sétima fase da operação policial, no mês passado, teve como foco executivos e funcionários de nove grandes empreiteiras que mantêm contratos com a Petrobras em um valor total de R$ 59 bilhões.

Confira a lista dos 36 denunciados:

Alberto Youssef, doleiro
Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras
Waldomiro de Oliveira, dono da MO Consultoria
Carlos Alberto Pereira da Costa, representante formal da GFD Investimentos e subordinado de Alberto Youssef
João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado, apontado como operador das contas de doleiro Youssef no exterior
Enivaldo Quadrado, ex-dono da corretora Bônus Banval, atuava na área financeira da empresa GDF e foi condenado no processo do mensalão
Sérgio Cunha Mendes, diretor vice-presidente executivo da Mendes Júnior
Rogério Cunha de Oliveira, diretor da área de óleo e gás da Mendes Júnior
Angelo Alves Mendes, vice-presidente da Mendes Júnior
Alberto Elísio Vilaça Gomes
José Humberto Cruvinel Resende, da Mendes Júnior
Antonio Carlos Fioravante Brasil Pieruccini, advogado que teria recebido valores de Youssef
Mário Lúcio de Oliveira, diretor de uma agência de viagens que atuava na empresa GDF, segundo delação de Youssef
Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente da construtora UTC, que fez empréstimos ao doleiro
João de Teive e Argollo, diretor de novos negócios na UTC
Sandra Raphael Guimarães
João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa
Eduardo Hermelino Leite, o Leitoso, vice-presidente da Camargo Corrêa
Mário Andrade Bonilho, sócio e administrador da empresa Sanko-Sider
Jayme Alves de Oliveira Filho, atuaria com Youssef na lavagem de dinheiro
Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA), apontado como emissário de Youssef
José Adelmário Pinheiro Filho, Leo Pinheiro, presidente da construtora OAS
Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da área internacional da OAS
Mateus Coutinho de Sá Oliveira, funcionário da OAS em SP
José Ricardo Nogueira Breghirolli, apontado como contato de Youssef com a OAS
Fernando Augusto Stremel Andrade, funcionário da OAS
João Alberto Lazzari, representante da OAS
Gerson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix Engenharia
Carlos Eduardo Strauch Albero, diretor técnico da Engevix
Newton Prado Junior, diretor técnico da Engevix
Luiz Roberto Pereira, ex-diretor da Engevix
Erton Medeiros Fonseca, diretor de negócios da Galvão Engenharia
Jean Alberto Luscher Castro, diretor presidente da Galvão Engenharia
Dario de Queiroz Galvão Filho, da construtora Queiroz Galvão
Eduardo de Queiroz Galvão, da Queiroz Galvão
Dalton Santos Avancin, presidente da Construtora Camargo Correa

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