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, 21 maio 2024
 
 

Dezenas de políticos estariam envolvidos

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Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró durante acareação na CPI mista da Petrobras
Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró durante acareação na CPI mista da Petrobras

Brasília

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos presos da Operação Lava Jato, se disse nesta terça-feira (2) “arrependido”, mas afirmou que não responderia a perguntas durante a sessão de acareação promovida pela CPI mista da Petrobras entre ele e o ex-diretor da área Internacional da empresa Nestor Cerveró. Aos questionamentos dos parlamentares, ele se limitou a afirmar, repetidamente, que tudo o que tinha a dizer estava detalhado nos depoimentos que deu por meio de delação premiada à Justiça Federal, sem revelar o conteúdo.
Mesmo assim, na última pergunta dirigida a ele, após mais de três horas de sessão, Paulo Roberto Costa afirmou que há “dezenas” de políticos envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras. Em resposta ao deputado Enio Bacci (PDT-RS), que indagou quantos políticos estariam envolvidos, o ex-diretor afirmou: “O senhor não pode me deixar numa situação aqui meio constrangedora, mas, algumas dezenas.”
O objetivo da acareação entre Costa e Cerveró era esclarecer pontos divergentes entre os depoimentos dos dois ex-diretores da Petrobras dados anteriormente à CPI. Ambos são suspeitos de envolvimento em esquema de desvio de dinheiro da estatal investigado pela Polícia Federal. Costa fez acordo de delação premiada com a PF e o Ministério Público para colaborar com as investigações em troca de benefícios, como a prisão domiciliar. Cerveró disse desconhecer a existência do suposto esquema.
A SESSÃO
A CPI deu início por volta das 14h45 à sessão destinada à acareação entre os dois ex-diretores. Em sua primeira fala, Paulo Roberto Costa, avisou que iria se valer do direito de ficar calado e que não responderia aos questionamentos dos parlamentares devido ao processo de delação premiada firmado com a Justiça.
Preso em regime domiciliar no Rio de Janeiro, ele teve de ser escoltado pela Polícia Federal da capital fluminense a Brasília. “Estou vindo aqui pela segunda vez. Na primeira eu não respondi a nenhuma pergunta, permaneci calado devido ao processo de delação e desta segunda vez eu também não vou responder a nenhuma pergunta devido a esse processo que estou passando. Todas as dúvidas com relação a esse processo foram esclarecidas ao Ministério Público, à Polícia Federal e ao juiz de Curitiba. Isso por conta de todo o processo de delação, que foi bastante exaustivo e longo. Eu não tenho nada a acrescentar. Tudo o que eu precisava falar consta desses depoimentos de delação que estão nas mãos dessas pessoas”, afirmou Costa no início da sessão.
A intenção dos parlamentares era confrontar as duas versões divergentes apresentadas pelos ex-diretores. Durante depoimento prestado em acordo de delação premiada, Paulo Roberto Costa teria apontado Nestor Cerveró como um dos funcionários da Petrobras beneficiados pelo suposto esquema de pagamento de propina instalado na empresa. Cerveró, porém, disse durante depoimento à CPI mista, em setembro, que desconhecia a existência do esquema.
NESTOR CERVERÓ – O ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró foi indagado sobre se teria recebido propina para firmar contratos com empreiteiras na Petrobras. Ele negou e afirmou desconhecer o que foi dito por Paulo Roberto Costa na delação premiada. “Eu, a exemplo dos senhores, não conheço os termos de delação premiada. Eu não vou responder a perguntas que eu desconheço. Eu ratifico o que eu disse aqui. Não recebi [propina]”, disse Cerveró.
Questionado mais uma vez sobre a existência do esquema de corrupção na Petrobras, Nestor Cerveró afirmou que “desconhecia” o pagamento de propina na estatal. “Por desconhecer, para mim, não havia”, explicou.
O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) reproduziu durante a sessão trecho de gravação de um depoimento que Costa prestou ao juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná. Na gravação, o ex-diretor diz que Cerveró e o ex-diretor Renato Duque, que também está preso, foram beneficiados com pagamento de propina. “O senhor está sendo acusado formalmente, no âmbito da Operação Lava Jato, de receber propina. Quem é o político que o indicou? O que o senhor tem a dizer agora que o senhor está sendo confrontado?”, questionou Lorenzoni. “Eu não sei qual é o político e eu nego essa acusação”, respondeu Cerveró.
Depois, em resposta ao deputado Marcos Rogério (PDT-TO), Nestor Cerveró classificou como “ilação” a acusação de Paulo Roberto Costa. “Eu volto a repetir que nego isso [recebimento de propina]. Eu posso debitar isso na conta de uma ilação do Paulo. Eu desconheço esse tipo de pagamento”, respondeu.

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  1. Como a classificação do Brasil encontra-se em 69º lugar em corrupção se grande parte dos políticos estão envolvidos em falcatruas.
    Imagine se for revirados os contratos do PAC em todo o país, teremos surpresas enormes.

  2. Corrupção feita pela elite sempre existiu, e vai continuar existindo. alguém duvida disso. Quem está pondo as claras esses episódios, não são os delatores é as ferramentas tecnológicas. o ser humano vai ser fiscalizado e monitorado de tal forma que será impossível mover um dedo sem que o “mundo” ´saiba. tem vários casos de corrupção do passado(fantasmas) que virão a tona e é matéria já conhecida de todos e que se fazem de surpresos. são poucos os ricos de hoje e de ontem que conseguiram esta situação com méritos próprios, proveniente do trabalho ou herança.

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