SOJA: preços sobem no Brasil
Os preços da soja reagiram nesta semana no mercado brasileiro, acompanhando a combinação de cotações melhores na Bolsa de Chicago e de valorização do dólar comercial. A movimentação, no entanto, seguiu limitada, com negócios pontuais e de pequenos volumes.
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos pulou de R$ 74,30 no dia 17 para R$ 75 na quinta, 24. Em Rondonópolis, a cotação subiu de R$ 65,00 para R$ 66,00. Em Dourados (MS), a saca passou de R$ 67,00 para R$ 68,00, enquanto em Rio Verde (GO), o preço bateu em R$ 70,00, contra R$ 68,00 da semana anterior.
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em novembro subiram de US$ 12,93 para US$ 13,09 por bushel. Mesmo com o avanço da colheita nos Estados Unidos, o mercado vem sendo sustentado pela boa demanda pela soja americana.
Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicaram a exportação de 929.800 toneladas na semana encerrada no dia 3 de outubro. Mesmo desatualizado, o número ajudou a sustentar os preços. O USDA promete atualizar os dados de exportação na próxima semana. Destaque também para a venda de 850.151 toneladas de farelo de soja.
Na temporada iniciada em 1o de outubro, as expectativas são muito positivas em termos de demanda. A China deverá comprar 69 milhões de toneladas de soja, com aumento de 16%. Boa parte desta procura deverá recair ao mercado americano.
Completando o cenário positivo para os preços, o dólar comercial também subiu, fechando a quinta a R$ 2,201, contra R$ 2,159 da semana anterior. O real enfraquecido dá competitividade à soja brasileira no mercado exportador e ajuda a elevar os preços domésticos da oleaginosa.
MILHO: preços consolidados
O mercado brasileiro de milho teve uma quarta-feira de poucos negócios. A venda é baixa por parte do produtor neste momento, o que mantém os preços consolidados, e deixa os negócios lentos. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, os compradores já são mais ativos, e os negócios já começam a fluir, sobretudo em Goiás.
O plantio de milho da safra de verão 2013/14, na região Centro-Sul, chegou a 55,9% da área estimada de 5,114 milhões de hectares até o dia 18 de outubro, conforme levantamento de Safras & Mercado. A área de cultivo deverá ser menor que os 5,878 milhões de hectares cultivada na temporada passada.
No porto de Paranaguá, o preço ficou a comprador/vendedor R$ 24,50/25,50. No estado do Paraná, a cotação comprador/vendedor em Cascavel ficou a R$ 19,50/20,00. . No Rio Grande do Sul, preço a R$ 24/25,00, em Erechim. Em Goiás, preço a R$ 17,50/18,00, em Rio Verde. Em Mato Grosso, Sorriso, o preço encerrou a R$ 10/10,50.
BOI: preços em queda
No mercado físico do boi gordo os preços voltaram a ceder durante a semana. Essa situação é o reflexo do aumento da oferta de confinados durante a primeira quinzena de setembro. Por conta disso, os frigoríficos conseguiram compor suas escalas de abate de maneira satisfatória. Alguns deles já apontam escalas para o início do próximo mês.
Com o avanço das escalas os frigoríficos voltaram a reduzir o preço de balcão no decorrer da semana passada. A situação ainda é mais complicada para os frigoríficos de menor porte. No entanto, os avanços são nítidos se comparado a semanas anteriores, em que os frigoríficos operavam muito abaixo da capacidade.
Com o aporte dos contratos a termo e também dos confinamentos próprios, os frigoríficos de maior porte desfrutam de uma situação ainda mais confortável. Por conta desse quadro, a expectativa é que o preço de balcão volte a ceder no decorrer da semana.
As negociações iniciaram essa semana com menos fluidez. No entanto este não é um sintoma de restrição de oferta. Diferente de semanas anteriores, os frigoríficos abriram essa semana sem grande interesse de compra, ainda estudando qual a melhor estratégia a ser adotada no restante da semana.
A quantidade de carne bovina exportada em outubro/13 foi de 77,2 mil toneladas, com média diária de 5,5 mil toneladas, o que indica um avanço de 3,3% frente à média de 5,3 mil toneladas registradas em setembro. O embarque total de carne bovina em outubro/12 foi de 100,6 mil toneladas.
A média semanal de preços (de 21 a 24/10) em São Paulo foi de R$ 109,13. Em Mato Grosso do Sul, o preço ficou a R$ 106,00. Em Minas Gerais, a arroba ficou em R$ 107,00. Em Goiás, a arroba foi cotada a R$ 104,00. Em Mato Grosso, preço esteve a R$ 97,30.
No atacado, a média semanal foi de R$ 5,00 nos cortes de dianteiro e de R$ 8,30 nos cortes de traseiro.
ALGODÃO: viés de baixa
O mercado brasileiro de algodão ingressou na penúltima semana do mês de outubro com viés de baixa para as cotações. No CIF de São Paulo, a libra-peso era indicada por volta de R$ 2,11 no dia 22. Comparado ao mesmo período do mês passado, ainda conta com alta de 1%. E frente à igual momento do ano passado, a valorização é de 38,8%.
Segundo o analista de Safras & Mercado, Élcio Bento, a desvalorização do dólar em relação ao real e os preços internacionais mais baixos fizeram com que as cotações nacionais se afastassem, para cima, da paridade de exportação. “Com isso, as indústrias passaram a ser menos flexíveis em relação aos preços e as tradings precisaram reduzir suas pedidas para manter a competitividade externa”, explica.
O reflexo sobre o mercado disponível só não é mais intenso porque os produtores seguem escalonando as vendas e apostando em momentos mais atrativos para negociar no pico da entressafra. “Tal postura do lado vendedor se justifica pelo aperto esperado para o quadro de oferta e demanda nacional no ciclo comercial 2013/14”, frisa Bento.
