Os efeitos do La Niña, fenômeno caracterizado pelo resfriamento do oceano Pacífico provocando escassez de chuva, já estão sendo percebidas no campo. A safra 2010/2011 de soja, que começou com um atraso considerável por causa da longa estiagem, será diferente da anterior. Produtores estão tendo que usar várias estratégias para que a lavoura não sofra impactos provocados pelo evento climático. Especialistas afirmam que, especialmente neste ano de adversidades, terá vantagem quem plantou semente de boa qualidade.
“Nesta safra, em especial, a qualidade da semente está sendo primordial. Quem plantou semente idônea, de qualidade, tem mais garantia de rentabilidade. Pois o produtor poderá contar com o potencial produtivo das sementes de boa qualidade”, aponta Sergio Suzuki, diretor-superintendente da Tropical Melhoramento & Genética (TMG) para a região do Cerrado.
Conforme Suzuki, o alto vigor das sementes de boa qualidade possibilita que as plantas desenvolvam de uma forma mais rápida. Isso dá à lavoura um estande adequado, o que permite o desenvolvimento do máximo potencial produtivo da lavoura. Além disso, a utilização de sementes de boa qualidade contribui com a redução de ocorrência das plantas invasoras e de doenças. “Plantas vigorosas e mais sadias tendem a produzir mais do que plantas não vigorosas”.
Denise Meza de Miranda, Coordenadora Técnica de Sementes da Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), endossa a opinião de Suzuki. De acordo com a pesquisadora em anos diferentes e mais complicados como este, o uso de sementes de boa qualidade é ainda mais fortemente recomendado porque sementes de maior qualidade em termos de vigor apresentam vantagem em situações de estresse tais como, profundidade de semeadura, compactação superficial e ocorrência de seca após a semeadura.
“As sementes de boa qualidade são capazes de originarem plântulas normais, com velocidade e uniformidade na emergência e crescimento em campo, apresentando também potencial de armazenamento e conservação durante o transporte”, explica a pesquisadora.
Segundo ela a qualidade de sementes pode ser definida como um conjunto de características que determinam o potencial de desempenho da semente após a semeadura ou durante o armazenamento. As sementes idôneas passam por teste de qualidade. Um deles é o teste de vigor que fornece informações sobre o potencial de campo e/ou desempenho no armazenamento de lotes de sementes com germinação semelhante. “Os testes de vigor são classificados em testes físicos, fisiológicos, bioquímicos e de resistência a estresse. O vigor reflete a manifestação de um conjunto de características que determinam o potencial para a emergência rápida e uniforme de plântulas normais, sob ampla diversidade de condições ambientais. E os resultados dos testes de vigor são comparativos”, esclarece Miranda.
