Mais um setor mato-grossense que vive um bom momento no campo é a suinocultura. Após um longo período em dificuldades, o segmento comemora recuperação de preços e perspectivas de expansão. O preço do quilo do suíno vivo em Rondonópolis atualmente gira entre R$ 2,70/R$ 2,75, praticamente o melhor nível dos últimos dois anos. No entanto, os produtores estão atentos à alta expressiva dos insumos ligados à atividade, a exemplo da soja e, principalmente, do milho.
Para o vice-presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Luiz Antônio Ortolan Salles, o momento da atividade poderia estar ainda melhor se não fosse a expressiva alta nos preços dos insumos. No caso do milho, ele exemplifica que a saca do produto avançou nos últimos meses de cerca de R$ 11,00 para cerca de R$ 19,00 na região de Rondonópolis. Quanto às exportações, enfatiza que o dólar desvalorizado tira os ganhos dos produtores nacionais.
Segundo Luiz Salles, vários fatores vêm contribuindo para a alta no preço do suíno, a exemplo do aumento do consumo interno dessa carne. A perspectiva é de fechar o ano com um consumo per capita de carne suína de mais de 14 quilos anual. Outro fator que vem contribuindo para a boa fase é a alta no preço da carne bovina no Brasil.
“A suinocultura, como todas as carnes, está vivendo um grande momento, uma vez que a demanda mundial está aquecida”, reforça o produtor Tarcísio Sachetti, com plantel na cidade de Itiquira. Nesse cenário, observa que as exportações de carne suína vêm batendo recordes mês a mês, que o consumo interno está aquecido e que os preços estão atraentes.
Enquanto o preço do milho estiver no patamar atual, a avaliação de Tarcísio Sachetti é de que os criadores de suínos estarão ganhando dinheiro com a atividade. Contudo, também pondera que os custos de produção estão subindo muito rapidamente devido à alta do preço do milho e, por isso, num futuro próximo, o setor pode enfrentar problemas. Caso isso ocorra, os custos de produção tendem a encobrir o lucro da venda.
PRODUÇÃO NA REGIÃO – A maior produção de suínos em Mato Grosso está concentrada na região médio-norte. No entanto, Rondonópolis e região têm perspectivas de crescimento. Luiz Salles observa que um incentivo na nossa região é a ampliação do frigorífico do grupo Alibem, com expansão do abate e pretensão de instalação de granja para cerca de 5.500 matrizes.
Além dos bons preços, Tarcísio Sachetti entende que a tendência atual é a produção animal seguir a produção de grãos, o que favorece Mato Grosso. No caso de Rondonópolis, acredita que seja favorável à expansão da suinocultura por se tratar de uma região estratégica para a distribuição. No seu caso particular, Sachetti diz que permaneceu com o mesmo plantel dos últimos dois anos, mas que está avaliando a possibilidade de crescimento nos próximos anos.
Vale ressaltar que Rondonópolis foi o berço da suinocultura tecnificada no Estado de Mato Grosso.
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