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, 17 maio 2024
 
 

Ano novo, desafios novos para a pecuária

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no2009 será lembrado pelos pecuaristas por vários motivos. Foi o ano em que os preços do boi gordo começaram acima dos R$ 80,00 em São Paulo e terminaram abaixo dos R$ 75,00. Foi o ano em que, em contrapartida, os bezerros e bois magros nunca estiveram tão valorizados. Foi assim o ano em que o confinamento despencou 20%. Também foi o ano em que as exportações de carne bovina caíram 20%, ampliando consideravelmente a oferta interna. Foi, ainda, o ano das grandes fusões e liquidações extrajudiciais dos frigoríficos.
Mas não foi um ano somente de notícias negativas para a cadeia da carne bovina. Foi um ano, por exemplo, em que o consumo interno voltou a crescer, aproximando-se novamente de 40 kg/hab/ano. Foi o ano em que o pecuarista valorizou a boa genética, investindo pesado em animais melhoradores para potencializar a produção de bezerros. Quem tinha touros para vender não tem do que reclamar, pois a demanda esteve firme o ano todo. Na ponta, o consumidor nunca teve à disposição carne de melhor qualidade.
Com tantos altos e baixos, o balanço da pecuária pode ser positivo ou negativo segundo a perspectiva de cada segmento da cadeia produtiva. Porém, um ponto todos concordam: o câmbio interferiu agressivamente no desempenho da atividade.
Com o real valorizado e o dólar em baixa, os frigoríficos brasileiros não conseguiram recuperar mercado internacional na velocidade necessária após a crise global. Por outro lado, os custos internos (em moeda forte) também pressionaram a atividade. Em poucos momentos da história, o boi gordo brasileiro superou a barreira dos US$ 40, como ocorreu em 2009. Porém, isso não significou rentabilidade para o pecuarista. Esse patamar de preços, na verdade, tirou da carne brasileira um diferencial importante: o de produto mais barato do mundo. Hoje, na faixa dos US$ 44 a arroba, o boi gordo brasileiro é mais caro que o argentino e até o norte-americano.
O efeito positivo dessa perda de exportações, com prejuízo em torno de US$ 1 bilhão no ano, foi o aumento da oferta de carne de alta qualidade no mercado interno. Como os cortes nobres não tinham espaço lá fora, a alternativa dos frigoríficos foi colocar no Brasil. E o consumo interno respondeu positivamente.
Para muitos, o pior já passou. Esses otimistas confiam na expectativa de o PIB do Brasil crescer acima de 5% em 2010 e, assim, puxar todos os setores da economia, inclusive a alimentação. Em se confirmando essa previsão, será um ano positivo novamente para o segmento de genética, que está na base da produção de carne. Outros, mais céticos, preferem aguardar os acontecimentos, tendo em mãos os números da economia mundial, que mostram oscilação em mercados compradores importantes, como União Europeia e Rússia.
O que não tenho dúvida nenhuma é que a cadeia da carne bovina continuará sendo um dos pilares da economia brasileira, contribuindo tanto para o superávit da balança comercial como para colocar alimento essencial no prato dos consumidores de todas as classes sociais. Esse é o papel da nossa atividade: fornecer alimentos. E somos apaixonados o suficiente para encarar nossa função com responsabilidade e compromisso.
(*) Paulo de Castro Marques é empresário, sendo proprietário da empresa Casa Branca Agropastoril

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