A ajuda humanitária começou a chegar nesta quarta-feira ao Iêmen, horas depois da entrada em vigor de uma trégua humanitária de cinco dias entre a coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita e os rebeldes xiitas huthis.
As partes pareciam respeitar o cessar-fogo no conjunto do país, embora as autoridades sauditas tenham denunciado ter sido alvo de disparos de morteiros desde o norte do Iêmen. Riad disse ter optado pela “contenção por respeito à trégua”.
Horas antes, dois barcos fretados pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA), que estavam atracados em Hodeida (sul), começaram a descarregar suas provisões em diferentes províncias do país, anunciou uma fonte portuária.
O Conselho de Segurança da ONU convocou todos os beligerantes a respeitar a trégua e “permitir a entrada e a entrega das ajudas necessárias para a população civil, incluindo a comida, os medicamentos e o combustível”.
Em Sanaa, vários motoristas se dirigiam aos postos de combustível com a esperança de poder encher seus tanques.
O rei Salman da Arábia Saudita anunciou ter duplicado a 544 milhões de dólares a ajuda de seu país no Iêmen, onde abriu um centro de auxílio e ações humanitárias. Segundo Riad, o espaço, que leva o nome do monarca, pretende centralizar toda a ajuda para o país.
A população iemenita expressava seu alívio pelo cessar-fogo. “Sanaa viveu uma noite tranquila depois que cessaram as explosões dos mísseis antiaéreos e os bombardeios que assustavam a população”, disse Tawfic Abdelwahab, um morador da capital, controlada pelos rebeldes.
A trégua humanitária entrou em vigor na terça-feira às 20h00 GMT (17h00 de Brasília) por iniciativa da Arábia Saudita, que lidera desde 26 de março uma campanha aérea contra os rebeldes que ameaçam tomar o controle do conjunto do Iêmen, fronteiriço com o reino.
Ao menos 1.578 pessoas morreram e 6.504 ficaram feridas desde o início dos bombardeios, segundo um balanço comunicado nesta quarta-feira pela Organização Mundial da Saúde.
A coalizão árabe avisou os rebeldes de que retomará seus bombardeios se eles violarem o cessar-fogo e anunciou que seguirá com suas operações de “inteligência, reconhecimento e vigilância” no Iêmen.