CARACAS – Uma comissão de oito chanceleres da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) inicia nesta segunda-feira uma segunda rodada de negociações para um possível diálogo entre o presidente Nicolas Maduro e a oposição, após dois meses de violentos protestos contra o governo com um saldo de 39 mortos, 608 feridos e centenas de processos abertos por violações dos direitos humanos.
“Os ministros de Relações Exteriores da Unasul começaram jornadas de trabalho em Caracas. Reunião interna”, escreveu o ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, em sua conta no Twitter, no início do dia.
Estava prevista uma reunião pela manhã com Maduro e o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Elias Jaua, e à tarde, a delegação receberá uma comissão da coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD), acrescentou Patiño.
Em sua primeira visita, em 25 e 26 de março, a comissão da Unasul se reuniu com diversos setores da sociedade venezuelana, incluindo a igreja, a MUD e dirigentes estudantis.
Após a visita, os ministros das Relações Exteriores e a oposição concordaram em aceitar uma “testemunha” poderia facilitar o diálogo, propondo como candidato o secretário de Estado do Vaticano e ex-núncio na Venezuela, Pietro Parolin.
A MUD divulgou um comunicado no domingo sobre o retorno a Caracas dos chanceleres da Unasul, cuja visita, segundo a coalizão, “é valiosa” e “será útil” se o Governo de Maduro “se comprometer sinceramente com o diálogo”.
A Venezuela enfrenta uma onda de protestos desde fevereiro 12 contra Maduro, iniciadas por estudantes, com o apoio de partidos da oposição.