MOSCOU – Depois de uma conversa de duas horas entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o americano, Barack Obama, Moscou reforçou que não tem intenção de enviar tropas armadas para a Ucrânia. O anúncio, feito pelo ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, indica uma tentativa de aliviar as tensões no pior impasse do tipo desde a Guerra Fria. Na sexta-feira, os dois presidentes discutiram uma proposta diplomática de Washington para a crise na Ucrânia após a anexação da Crimeia.
– Não temos absolutamente nenhuma intenção ou interesse em cruzar as fronteiras da Ucrânia – disse Lavrov, no canal russo Vesti.
Lavrov afirmou ainda que Moscou e as potências ocidentais se aproximam de um posicionamento comum sobre a crise ucraniana, que abre a porta para um possível “iniciativa conjunta”.
– Nossos pontos de vista estão se aproximando. Meu último encontro com o secretário de Estado americano, John Kerry, em Haia e meus contatos com Alemanha, França e outros países mostram que está se esboçando a possibilidade de uma iniciativa comum, que poderia ser proposta à Ucrânia.
O chanceler acrescentou, no entanto, que a Rússia está pronta para proteger os direitos dos russófonos – referindo ao que Moscou vê como ameaças à vida de compatriotas no leste da Ucrânia desde que o presidente ucraniano Viktor Yanukovich foi deposto como presidente. O Ocidente impôs sanções à Rússia, incluindo a proibição de vistos para alguns funcionários do círculo íntimo de Putin, depois de Moscou anexou a península. E ameaçou sanções mais duras caso Putin envie suas tropas para a região.
Duranta uma conversa telefônica, Obama sugeriu a Putin que a Rússia dê uma “resposta concreta por escrito” à proposta dos EUA, segundo o comunicado da Casa Branca. O presidente americano tem buscado apoio russo para uma solução diplomática em que monitores internacionais garantiriam que os russos da região da Crimeia fossem protegidos e que as tropas russas voltassem para suas bases. Em entrevista à CBS News, Obama já havia reiterado que a Rússia deveria retirar suas tropas da fronteira com a Ucrânia e começar a negociar com a comunidade internacional.
A Rússia afirma não ter interesse militar em cruzar a fronteira da Ucrânia, mas a Crimeia já está anexada, inclusive também por referendum do povo da Crimeia, pois a grande maioria são de origem russa, ao passo que a Ucrânia sabe dos horrores que passaram em 1932 e 1933, quando forças russas (comunistas)mataram de fome em torno de sete milhões de ucranianos, tomando a força todo tipo de alimento existe na Ucrânia, tanto do campo como das cidades, de casa em casa, inclusive lenha para se aquecerem e a maior parte desses alimentos (cereais/trigo,cevada,etc.) os russos venderam para a Europa e Estados Unidos. Enquanto o genocídio acontecia em apenas dois anos. O mundo ocidental nada fez, permaneceu de braços cruzados.