Foi dada a largada para a implantação do projeto de mediação escolar para a solução de problemas de indisciplina, violência entre alunos, intolerância, entre outros conflitos, no município de Alto Garças. O primeiro passo foi abordar o tema da Justiça Restaurativa no contexto de duas escolas estaduais do município, por meio de palestras realizadas nos dias 3 e 4 de dezembro. A temática foi conduzida pelo promotor de Justiça Elton Oliveira Amaral.
O projeto conta com a parceria do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) da Comarca de Alto Garças. “Para os profissionais da área, Justiça Restaurativa é um tema novo. A maioria deles tinha apenas uma vaga ideia do que era e como funcionava, por isso antes de começarmos qualquer projeto, resolvemos chamar alguém que tinha conhecimento profundo sobre o tema e apresentar para estes profissionais. O Ministério Público prontamente nos atendeu e ofereceu suporte para que possamos levar este projeto à frente”, explicou a gestora do Cejusc, Naiara Rodrigues Goes.
O promotor de Justiça Elton Oliveira Amaral explicou que, durante as palestras, utilizou o método de escuta ativa para dialogar com os professores, no sentido de colher as maiores dificuldades enfrentadas por eles e entender suas principais queixas.
“O principal foco da Justiça Restaurativa é que os envolvidos no problema construam a solução, por meio de métodos da escuta ativa e do diálogo, para que os envolvidos conversem entre si e com o professor mediador, que construam a melhor solução para o problema. O que nós queremos é levar o conhecimento do Poder Judiciário e Ministério Público para poder planificar, estruturar e sistematizar um método de solução desses conflitos”, ressaltou.
Especialmente no contexto de transgressões escolares que ultrapassam a punição administrativa e chegam a atos infracionais, tais como agressão a professores e colegas, ameaça, injúria etc., o palestrante esclareceu como os métodos de conciliação e mediação do Poder Judiciário podem oferecer suporte técnico que contribuam com a solução de conflitos escolares.
EXPECTATIVA: A Escola Doutor Ytrio Correa possui mais de 1.000 alunos, matriculados do 5º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio. O diretor da unidade escolar, Alessandre Anjos da Silva, gostou muito da palestra, pois “ela abriu um horizonte maior para ter a dimensão relacionada à Justiça Restaurativa, porque nós tínhamos pouco conhecimento sobre o tema. Isso foi uma luz que veio à tona para escola, um novo modelo de trabalho que vai ser muito benéfico para nós”.
A visão do diretor é de otimismo em relação à parceria com o Poder Judiciário e Ministério Público. “Não conhecíamos a atividade, mas depois que podemos ver a dimensão do Cejusc, ficamos muito confiantes e começamos a acreditar que existe outra alternativa para a escola. Precisamos dar uma resposta para a comunidade escolar. Essa resposta pode ser muito demorada nos trâmites legais e no espaço escolar, não temos tempo. Se conseguirmos fazer a mediação com os pais, mostrar a necessidade de estar dialogando com a escola, com certeza nosso resultado vai ser bem melhor”, disse. (Com MPMT)