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, 20 maio 2024
 
 

Católicos avaliam os novos rumos da igreja

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O alemão Joseph Ratzinger, de 85 anos, assumiu o comando da Igreja Católica em 19 de abril de 2005, aos 78 anos
O alemão Joseph Ratzinger, de 85 anos, assumiu o comando da Igreja Católica em 19 de abril de 2005, aos 78 anos

A notícia da renúncia do papa Bento XVI, na segunda-feira de carnaval,   foi recebida com surpresa pelos católicos de todo o mundo. O para Bento XVI anunciou a renúncia alegando idade avançada. O alemão Joseph Ratzinger, de 85 anos, assumiu o comando da Igreja Católica em 19 de abril de 2005, aos 78 anos. Ratzinger foi um dos cardeais mais idosos a ser eleito papa. Ele irá deixar o posto em 28 de fevereiro. É o primeiro papa a renunciar em 700 anos.
Trazendo a discussão para âmbito local, a reportagem do A TRIBUNA ouviu lideranças católicas de Rondonópolis. Para o bispo da diocese,  Dom Juventino Kestering, a primeira reação foi de espanto. “Não era esperado que o papa fosse renunciar. Antes da renúncia, já acompanhávamos a fragilidade de locomoção de Bento XVI, mas não imaginávamos em uma renúncia. Durante séculos, estávamos acostumados a ver um papa ficar no posto até os últimos dias de vida”, disse o bispo.
Na avaliação de Dom Juventino, Bento XVI se revelou como um ser humano que constatou a fragilidade da sua vida. Com isso, tomou conscientemente a decisão de renunciar ao cargo. “A renúncia do papa Bento XVI para a igreja ainda não representou nenhum reflexo. Mas sabemos que vai permanecer a imagem do idoso bondoso, com linguagem de amor e que atraía multidões em especial de jovens. Agora, percebemos que vamos caminhar para uma nova realidade. A de um papa eleito e outro que permanecerá recluso como ele repassou que vai ficar em oração. Após a escolha do novo papa é que vamos saber como iremos trabalhar com duas imagens papais, a de Bento XVI e a do papa escolhido. Serão alguns meses de adaptação”, externou.
Para  Dom Juventino, a posição do papa Bento XVI foi um ato de coragem, pois tomou consciência de sua fraqueza. “Ele sentiu que seu corpo não tinha mais condições de responder às exigências do cargo. Foi um ato de coragem. Bento XVI foi um grande teólogo da igreja que sempre defendeu a ortodoxia, a verdade e a fé. Agora, se apresenta ao mundo se dizendo frágil e que teria que renunciar”.
O padre Lothar Bauchrowitz, pároco da Paróquia São José Operário, considera que a renúncia de Bento XVI foi uma atitude de muita coragem. “Ele percebeu que não tinha condições de exercer suas funções e resolveu renunciar. Agora, a expectativa é que seja eleito um cardeal que consiga aplicar as decisões do Concílio Vaticano. Que promova mais a participação do povo de Deus para diminuir a falta de padres e agentes pastorais no mundo. Que promova ações que venham diminuir a violência como acidentes de trânsito, mais valor à vida das pessoas e mais valor a juventude que é a maior vítima da violência”.
Para o Frei Leodir Carraro, pároco da Igreja Sagrado Coração de Jesus, a renúncia do atual papa criou uma expectativa muito grande em relação à caminhada da Igreja. “Como vai ser daqui em diante, haverá interferência dele ou não? O novo Papa seguirá na mesma linha que Bento XVI? As primeiras expectativas são nessa direção. Ao meu ver, os maiores desafios serão dois: de um lado, manter a unidade da Igreja, uma vez que existem maneiras diferentes de pensar teológica e pastoralmente; por outro lado, abrir-se ao diálogo com o mundo e ciência sobre questões da vida humana. São os desafios que o mundo em mudança põe à Igreja”, avaliou o frei.
O frei ainda interpretou a atitude da renúncia do papa como um ato de coragem e não de fraqueza. “Vejo a atitude do papa em renunciar como um gesto de coragem, de profundo respeito pela herança que recebeu para administrar, para cuidar. Não sabemos exatamente o que se passa em relação à saúde dele. Ele tem uma grande responsabilidade e, se no seu discernimento, não tem mais o vigor suficiente, foi um gesto de humildade e de preocupação com a Igreja”, repassa Leodir Carraro.

Desafios são questões que marcam a humanidade

Conforme o bispo Dom Juventino, os papas João Paulo II e Bento XVI já percebiam que os próximos desafios da Igreja Católica  estão ligados não apenas às questões internas da igreja, mas questões que marcam a humanidade. “Percebo o crescimento do ateísmo que está levando a humanidade à suicídios, drogas, alcoolismo. Todas as formas de violência e o egoísmo. O novo papa também deverá continuar com o amor aos jovens. Além disso, realizar promoções vocacionais para que haja mais padres. Como ainda, animar mais as pessoas para vida religiosa no intuito de expandir a igreja e fortalece-la da fé dos cristãos. Acredito que estes são os próximos desafios à frente do novo papa”, avaliou.
Para o padre Lothar Bauchrowitz, o novo papa terá o desafio de cumprir as determinações do Vaticano que declarou que Igreja é povo de Deus. “Sendo assim, terá que dar mais vez e voz aos leigos, em especial às mulheres. Acredito que deverá promover a descentralização da Igreja, dando mais autonomia à Conferência Nacional dos Bispos. Além disso, deverá lutar por uma sociedade justa e solidária”, disse.
De acordo com o empresário Miguel Weber, o novo papa terá muitos desafios, além do de dar sequencia ao papado de Bento XVI.  “Acredito que ele terá que trabalhar mais pela paz no mundo com foco na valorização das famílias e dos jovens”, disse. Para Miguel Weber, o papa Bento XVI talvez esteja sofrendo, uma vez que, a decisão da renúncia, não é fácil. “Foi um ato de coragem para o papa chegar a esta decisão”, pontuou.
Na opinião do  empresário do ramo imobiliário  Simeão Santana, também ligado à Igreja Católica, a exemplo de Miguel Weber, os desafios do novo papa serão os mesmos de Bento XVI. “Não podemos prevê quais serão os desafios do novo papa, uma vez que isso está bem acima da nossa capacidade como leigos. Mas, o que esperamos mesmo é a continuidade do papado de Bento XVI com que tem pela frente a condução de uma grande Igreja, com uma parte administrativa, mas que o mais importante é a condução cultural e de fé da humanidade”, disse.

Dom Juventino: “acompanhávamos a fragilidade de locomoção de Bento XVI, mas não imaginávamos em uma renúncia”
Dom Juventino: “acompanhávamos a fragilidade de locomoção de Bento XVI, mas não imaginávamos em uma renúncia”
Lothar Bauchrowitz - paroco da paroquia sao jose operario - 16-02-13
Padre Lothar: “A renúncia de Bento XVI foi uma atitude de muita coragem . Ele percebeu que não tinha condições de exercer suas funções”

 

Frei Leodir Carraro: “vejo a atitude do papa em renunciar como um gesto de coragem, de profundo respeito pela herança que recebeu para administrar”
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Miguel Weber: “o papa Bento XVI talvez esteja sofrendo, uma vez que, a decisão da renúncia não é fácil”
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Simeão Santana: “Os desafios do novo papa serão os mesmos que  Bento XVI tinha pela frente”
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