27.6 C
Rondonópolis
 
 

Drogas começam a destruir a inocência

Leia Mais

- PUBLICIDADE -spot_img
O perfil do usuário de drogas em Rondonópolis mudou, alcançando agora crianças a partir de oito anos de idade

Uma triste realidade. O perfil do usuário de drogas em Rondonópolis mudou, alcançando além dos adolescentes, crianças a partir de oito anos de idade. É a inocência que vem sendo destruída na cidade. Uma das portas de entrada dos jovens mais cedo no mundo das drogas tem sido  as escolas. A informação é do Conselho Municipal Antidrogas de Rondonópolis (Comad). “Os usuários já não são somente adolescentes, mas crianças a partir dos oito anos de idade. Porém, o número maior de usuários ainda é na faixa etária entre 16 a 18 anos”, diz a presidente do Comad, Cleuza Alves Diniz.
Ela explica que os usuários ou traficantes com idade superior a 25 anos, já estão sendo ‘descartados’ pelos líderes do tráfico. “Esta faixa de idade já se tornou um problema para os que comandam o tráfico, pois de vendedores de droga já se transformaram em usuários e agora são doentes e descartados pelo crime. Os líderes do tráfico estão perdendo os vendedores/usuários e, com isso, aliciando crianças e adolescentes para continuar a movimentar a venda e o uso da droga. Consequentemente, estas crianças e adolescentes estão sendo as vítimas”, externa a presidente do Comad.
Conforme a conselheira, a percepção da mudança de perfil dos usuários de drogas surgiu diante da procura das famílias por ajuda dos Conselhos Tutelar e Antidrogas.  “As vítimas são meninos e meninas. É muito preocupante a situação, pois os usuários desta década são mais violentos. Imagino que a droga prejudica o sistema nervoso. A reclamação dos pais, em casa, e professores, na escola, é que os alunos com suspeita de uso de drogas apresentam comportamento violento”, externa Cleuza Diniz.
FALTA DE PREVENÇÃO
Para a presidente do Comad, as drogas estão mais presentes na vida de crianças e adolescentes devido a falta de projetos de prevenção. “A prevenção deveria ser trabalhada mais. Há um ano se preocupavam mais com o tratamento e esqueceram da prevenção”, explica.

Participação de representantes de escola foi tímida

Cleuza Diniz, presidente do Conselho Municipal Antidrogas: “recentemente, quatro adolescentes foram vítimas de overdoses na cidade”

A participação dos representantes de escolas públicas e particulares no 1º Seminário da Construção das Políticas Públicas sobre Drogas de Rondonópolis, ocorrida no final do mês passado, foi tímida. “Este evento foi exatamente para entender as políticas públicas sobre drogas de Rondonópolis. Porém,  o que nos deixou tristes foi a participação tímida dos representantes das escolas onde as drogas estão sendo disseminadas”, lamenda Cleuza Diniz, presidente do Comad.
Ela considera que as escolas devem participar mais das atividade que englobam a prevenção às drogas. “A criança ou adolescente começa vendendo, passa a consumir e fica dependente das drogas e da venda de entorpecentes para sustentar o vício. Grupos de crianças ou adolescentes traficantes se formam rapidamente em uma rede dentro da escola”, alerta.
Conforme Cleuza Diniz, existem dez adolescentes com idades entre 9 e 16 anos internados por determinação da Justiça, em comunidades terapêuticas, devido ao problema das drogas que começou em escolas. “Recentemente, quatro adolescentes foram vítimas de overdoses na cidade. Eles estão recolhidos em clínicas terapêuticas devido a gravidade. Por mês, são dez novos casos de crianças e adolescentes com problemas relacionados à drogas que são apresentados aos conselhos. O mal das drogas começa dentro de casa e na escola. Então, as famílias entram em desespero e procuram ajuda aos conselhos e a Justiça”, revelou.

 

 

 

Evento vai focar prevenção às drogas em Rondonópolis

Para o próximo mês de novembro, está programado o I Seminário da Prevenção à Drogadição, organizado pelo Conselho Municipal Antidrogas de Rondonópolis (Comad).  “Pretendemos, com esse seminário, preparar os representantes da educação e as famílias para agirem na prevenção dos alunos às drogas, pois escola e família são responsáveis em combater esta mazela”, disse Cleuza Diniz, presidente do Conselho.
Ela explica que atitudes simples podem identificar comportamentos diferentes de estudantes envolvidos com as drogas. “O pai e a mãe devem se ater ao tempo que o aluno gasta para chegar em casa. Observar a distância de casa a escola. Se ele demora, cabe ao pai ou mãe  fazer investigação, como por exemplo, olhar a mochila, tentar sentir odores no filho. No caso da maconha, é mais fácil identificar, pois é um entorpecente de mau cheiro. Mas, há pais que não possuem este conhecimento”, externa Cleuza Diniz.
Ela explica que, na programação do seminário, os pais também vão aprender a conhecer os tipos e o cheiro dos entorpecentes.

Drogas e álcool estão presentes entre os índios

O problema das drogas e do álcool já está presente entre os indígenas. Segundo a presidente do Conselho Municipal Antidrogas, Cleuza Diniz, o cacique da Aldeia Tadarimana, Cícero Kudoropa, tem se mostrado preocupado com a situação. “Ele [cacique] me disse que são muitos indígenas jovens com problemas com drogas e álcool. Ainda revelou que tem um projeto para enfrentar esta mazela”, disse Cleuza.
Segundo Cleuza Diniz, os índios também tem contato escolar. “Infelizmente, as escolas estão sendo a porta principal do primeiro contato com as drogas. Depois que os filhos entram no mundo das drogas, pouco pode  se fazer, pois eles se  tornam pessoas doentes com poucas  chances de  recuperação”, lamenta.

- PUBLICIDADE -spot_img
  1. Bom, amiga Cleuza, é muito preocupante mesmo o aumento de uso de entorpecentes pelos menores. Informo que programas e projetos para prevenção existem em Rondonópolis, como o Rede cidadã, o Proerd, o Mahanain, os Cras e outros, o que falta é investimento e apoio do poder Público, mais ainda, ressalto que é primordial o acompanhamento dos pais, que quase sempre estão passando suas responsabilidades para a escola,devido ao trabalho, e em alguns casos por comodidade, pois as famílias estão começando cada vez mais cedo e cada vez mais sem estrutura. Infelizmente a destruição da família faz com que traficantes e pessoas de má índole abracem estas crianças e adolescentes. Só o tratamento por medicamentos não resolve, se não houver um acompanhamento psicológico e espiritual. Infelizmente, não podemos acabar com o tráfico de drogas, mas, podemos nos unir e minimizar esta etapa crítica que está afetando aos poucos nossos menores e suas famílias, gerando mais violência. Tenho uma filha de doze anos, e é pelo futuro dela que não desisto de tentar. Abraço a todos.

  2. Lamentável! O que se percebe são meninos e meninas de 08, 10, 12 anos em pequenos grupos e já nem se escondem para fumar crack! Qual é o futuro destas crianças? São agressivas, perigosas e ameaçadoras! Onde foi parar a inocência das crianças? Já roubam, traficam e matam!
    Deveria haver escolas de período integral, parte do dia para estudar e para do dia para aprender a trabalhar, onde a criança ficasse sob orientação de profissionais capacitados, que recebesse alimentação, educação e capacitação. Meninos e meninas podem aprender diferentes tipos de trabalhos! Do jeito que está, educação precária ou inexistente, falta de capacitação…Ao completar 16 anos já está “adotado e capacitados” pelo tráfico…Qual o futuro??????

  3. O certo seria uma política de segurança pública mais atuante e capaz no combate ao tráfico. Se há dificuldade de chegar aos traficantes, uma linha de investigação inteligente seria essas crianças, que certamente darão pistas de seus patrões.
    Outra saída, seria o conselho(Comad), promover o evento do mês de novembro em rádio e tv, como fora feito nesse jornal, com várias chamadas para que a sociedade tome conhecimento da prevenção proposta.
    …e por fim, prisão perpétua é o pouco que se pode dar a um traficante e destruidor de família!

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Publicidade -
- PUBLICIDADE -

Mais notícias...

Boletim diz que VSR supera covid-19 em mortes de crianças

A crescente circulação do vírus sincicial respiratório (VSR) gerou aumento expressivo da incidência e mortalidade de Síndrome Respiratória Aguda...
- Publicidade -
- Publicidade -spot_img

Mais artigos da mesma editoria

- Publicidade -spot_img