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Rondonópolis
, 18 maio 2024
 
 

Um problema de difícil solução na cidade

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A problemática dos moradores de rua e andarilhos continua um caso sem solução em Rondonópolis. As pessoas, frequentemente, são abordadas por pedintes que se concentram no centro da cidade. As praças que deveriam ser locais de lazer para a população, acabam servindo de refúgio para desocupados.
O coreto da Praça dos Carreiros, de há muito, virou moradia para andarilhos. Nos bancos da praça, eles são vistos à luz do dia reunidos em grupos.
Na Praça da Saudade, os desocupados são vistos durante o dia e à noite ao lado da quadra de areia fazendo uso de bebidas e até mesmo entorpecentes. No Ecoponto localizado após a ponte da Avenida Marechal Rondon, vários desocupados passam o dia no local catando material para reciclagem. Um deles até já mora no local, onde montou embaixo de uma árvore vários ambientes como se fosse uma casa. “Vim de Goiânia (GO) em busca de trabalho. Tenho parentes aqui em Rondonópolis, mas não gosto de conviver com eles. Então, decidi morar aqui ou nas ruas longe deles”, disse.

QUESTÃO DE HUMANIDADE
Por outro lado, a sociedade e, principalmente o poder público, não podem simplesmente descartar esses cidadãos como se fossem objetos. Na condição de seres humanos, devem ser tratados como tal. É preciso encontrar políticas públicas que devolvam a dignidade à essas pessoas e, o mais importante, medidas preventivas que impeça outras de trilharem o mesmo caminho.
ACIR SE MANIFESTA
Para o presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Rondonópolis (Acir), Edson Ferreira, os andarilhos incomodam o comércio constantemente em abordagens aos clientes, dormindo na frente das lojas e se alimentando nas portas do comércio, onde fazem muita sujeira. “É um problema de ordem pública e o comércio local não tem como resolver. Acredito que o poder público deve fazer um trabalho mais preciso para resolver esta problemática. Como uma triagem de todas estas pessoas”, disse o presidente da Acir.
CASA ESPERANÇA
De acordo com Abadia Miranda, presidente da Casa Esperança, entre os moradores de ruas estão ex- presidiários, pessoas doentes, dependentes de entorpecentes, álcool e fumo. Além disso, conforme Abadia, são pessoas com registro de violência entre elas. “Estas pessoas são vítimas que necessitam de ajuda. Os assistidos pela Casa Esperança recebem, além de alimentação e abrigo, a reabilitação total para reinserção na família e no mercado de trabalho. Quando a pessoa chega à entidade nós providenciamos a segunda via de documentos, tratamento médico, passagens, enfim. Aqui não funciona como um simples albergue que oferece apenas hospedagem”, externa a diretora da casa.
Ela explica que a Casa Esperança ainda dispõe de espaço físico para socorrer muitos moradores de ruas porém, para isso, a entidade necessita de mais recursos humanos para trabalhar, alimentação e remédios.

Ação Social fala em construir centro especializado

A Secretaria Municipal de Promoção e Assistência Social, através do Ministério do Desenvolvimento Social, tem a proposta da Construção do Centro POP – Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua.
De acordo com a gerente de Proteção Social Especial, Rudinara Tagliapietra Vendruscolo, a unidade deverá ser construída em um espaço ainda não definido. O local será uma referência para o convívio social. “Até agora o que existe é o projeto que será enviado para buscar recursos junto ao Ministério do Desenvolvimento Social”, disse.
“O Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua deve proporcionar vivências para o alcance da autonomia e estimular a organização, mobilização e a participação social conforme a Tipificação Nacional dos Serviços Sócio-assistenciais. Vale ressaltar que o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua é a unidade pública e estatal, de referência e atendimento especializado à população adulta em situação de rua, no âmbito da Proteção Social Especial de Média Complexidade”, explica.
Atualmente, a Secretaria Municipal de Promoção e Assistência Social por meio do CREAS – Centro de Referência Especializado, executa serviços para pessoas em situação de rua onde é ofertado moradia ou maneira de sobrevivência fora das ruas.
A abordagem social tem a finalidade de possibilitar condições de acolhida na rede sócio-assistencial em parceria com as entidades de abrigo no município. Além disso, procura promover ações para a reinserção familiar ou comunitária, localização dos familiares, articulação com órgãos de capacitação e preparação para o trabalho.

Representantes da sociedade se manifestam

A reportagem do A TRIBUNA ouviu a opinião de algumas pessoas sobre o assunto. Confiram o que elas declararam:

Pastor Waldemar Santana

“Sempre vemos os andarilhos e a vontade é de ajudar. Sei que não é fácil para eles, porque acredito que foram desprezados talvez até por pessoas que poderiam estar ajudando. Enquanto sociedade, temos que ajudar. Procurar abrigos para eles”.

 

Iraci Vieira Azevedo
“Percebo a presença de muitos andarilhos na cidade. Isso incomoda, porque penso que Deus quer a felicidade de todos. Imagino que muitos não têm onde morar e eu tenho. Tem  andarilhos que querem esta vida, uma vez que muitos abrigos os acolhem, mas eles não estão lá. Eles pedem dinheiro, às vezes agente não tem e eles ficam bravos”.

Marcelo Ferreira de Almeida
“Me sinto um pouco incomodado porque, às vezes, a gente está sentado numa mesa de lanchonete e somos abordados por eles. Muitas das vezes, é dada atenção por educação, mas é ruim esse tipo de coisa”.

 

Sônia Martins
“Às vezes me sinto incomodada. Acredito que falta mais ação da Secretaria de Promoção e Assistência Social pois, se houvessem ações mais efetivas, talvez não teria tantos andarilhos na cidade”.

Eliane Bispo
“Os andarilhos nas ruas incomodam um pouco. Eles não gostam de ir para as casas que os acolhem. Já fiquei assustada em abordagens de andarilhos”.

Murilo Barbosa de Oliveira
“Fico muito incomodado com a presença dos andarilhos. É uma situação que tira um pouco da segurança da população, pois são pessoas que estão ao léu, sem emprego. Com isso, a chance de se tornarem marginais é muito alta. Já fui intimidado, mas dei as costas. Acho que não me encararam por eu ser homem”.

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2 COMENTÁRIOS

  1. O Poder Público, através da Assistência Social DEVERIA entrevistar cada um, saber o porque da situação, de qual cidade/estado a pessoa é originaria , alimentar e encaminhar a pessoa para a cidade dela…O que não pode é deixar como está! Percebo andarilhos, drogados, verdadeiros ZUMBIS circulando pela cidade, espalhados pelo centro da cidade e o número de pessoas só vem aumentando! Locais que antes podíamos frequentar hoje é IMPOSSÍVEL! Fácil solucionar, prefeito, basta ATITUDE!

  2. Fico feliz dessa reportagem, já não era sem tempo que esse tema tinha que vir à tona, parabéns ao Jornal A Tribuna pela reportagem, não podemos mais fingir que o problema não existe, é hora de agir, e não somente a sociedade, o poder público municipal não tem uma política efetiva sobre o assunto, apenas ajuda financeiramente algumas ongs, e instituições religiosas, que realizam o atendimento aos moradores de rua. Tive a oportunidade de ajudar pessoalmente um morador de rua, ele me contou que já passou por todas as casas de recuperação da cidade e que não quer voltar pra nenhuma, que prefere morar na rua, ele é alcólatra, sua família mora em outra cidade e o mesmo nao quer contato com eles. Ele gostaria de trabalhar, ter uma renda, ter uma casa, vencer de novo e retornar, não tinha passagem pela polícia, queria apenas viver em paz, sem cobrança, queria ter uma vida digna de novo, mas não consegue, sempre acontece algo que o leva de novo a esse mundo. Fiz o que pude, mas percebi que ajudar e recuperar essas pessoas é algo muito mais complexo que apenas dar alimento, moradia e trabalho. Eles querem ser vistos como seres humanos em que algum momento se perderam e nao conseguem achar o caminho de volta.Será preciso um esforço conjunto para que isso aconteça. É preciso que Poder publico, instituições, sociedade civil organizada e comunidade em geral, discutam seriamente o tema e possamos encontrar soluções cojuntas. Sujiro um fórum de discussão com carta de compromisso e ações concretas o mais rápido possível antes que o problema se torne cronico em nosso cidade.

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