Entre o Estadual e a Copa Governador

O fato da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) ter anunciado o arbitral para este mês de agosto para a realização da Copa Governador, com 12 clubes, não quer dizer que a competição vai ser um sucesso.
Na verdade, a Copa idealizada por Blairo Maggi, em 2004, hoje não tem a mesma magia e o glamour. Basta ver a participação do público. Eu percebo que, para o União, Vila Aurora e REC participar é uma espécie de sacrifício. Os três clubes sabem que não há interesse do torcedor em acompanhar os jogos e acabam entrando na Copa apenas por uma espécie de gratidão à Federação e ao futebol de Rondonópolis. Até mesmo o título da competição que foi conquistado, uma única vez, por um time da cidade, não é tão valorizado. O Vila Aurora foi campeão em 2009 comandado por Paulo Bagagem e que tinha um time formado por jogadores experientes como o zagueiro Duda, os volantes Nei e Cristiano e o atacante Diogo, o Diogol, que naquela oportunidade conquistou o seu único título vestindo uma camisa de um clube de Rondonópolis.
Porém, esse único título serviu para consolidar o nome de Paulo Bagagem como técnico reconhecido no futebol de Mato Grosso. Antes dessa conquista, Bagagem era visto apenas como um bom técnico das categorias de base.
A disputa da Copa Governador é algo que realmente não interessa ao nosso torcedor. O União, por exemplo, tem orgulho em dizer que jamais deixou de participar de um Estadual entre os times de Mato Grosso desde quando foi fundado. É o único time do Estado em 39 anos de história que nunca se licenciou da Federação, por exemplo.
Acredito que o dia que o União deixar de disputar um Estadual, o presidente do clube que estiver no cargo, independente de quem for, será execrado e crucificado pelo torcedor local que não vai aceitar uma situação destas de forma alguma. O torcedor do União não perdoaria nem o Papa ou a Madre Tereza de Calcutá se eles fossem os dirigentes unioninos em uma situação desta.
Por outro lado, uma desistência em disputar a Copa Governador, por exemplo, não afetaria em nada a torcida que compreenderia tranquilamente uma decisão deste tipo. Tanto é verdade que muitos destacaram como acertada a decisão do ex-presidente Arni Spiering que, em 2010, decidiu não colocar a equipe na competição, mesmo o União tendo sido campeão estadual naquele ano.
Vejo que não seria surpresa se Carlos Rufino retirasse o União da disputa deste ano. Ele não seria, de forma alguma, mal visto pelo torcedor. Pelo contrário, receberia até alguns elogios e afagos de alguns torcedores. Mas, com toda a certeza, seria cobrado para montar um time de ponta no Estadual de 2012, isso com toda a certeza o torcedor  não vai abrir mão de forma alguma. Pois, para o União, Vila e REC, o que realmente vale é o Estadual. O resto, como diz a gíria da minha infância, é café com leite.