Vera Holtz sabe rir de si própria. Tem bom senso e percepção artística para fazer da interpretação um álibi para enxergar e confessar suas fragilidades com um humor peculiar e sedutor.
Aos 56 anos de idade e uma estréia tardia na tevê há 20 anos, na emblemática Que Rei Sou Eu?, de Cassiano Gabus Mendes, a paulista da pequena cidade de Tatuí elogia com facilidade seu trabalho sem escorregar na soberba.
E sempre fez questão de não camuflar o peculiar sotaque que a acompanha há mais de 20 personagens de características tão diversas na tevê. A atriz se diverte ao dissecar a característica de cada papel de maior destaque na tevê, e ergue o queixo orgulhosa da vilã de desenho animado que criou em Três Irmãs, na Globo.
Na pele e nos cabelos cada vez mais alvos de Violeta, a pérfida malfeitora inspirada em maquiavélicas personagens das histórias infantis, Vera se debruça animada na análise da ingenuidade desses tipos tão cruéis. Por isso mesmo, faz questão de trazer humor mesmo aos personagens mais densos.