Noticiamos ontem aqui no TRIBUNA a realização de uma reunião virtual pela Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar da Comarca de Rondonópolis, com o propósito de discutir ações de proteção às mulheres.
Preparando-se para o mês de março, quando se comemora o mês da Mulher, o debate é mais que oportuno considerando os crescentes índices de casos de violência contra a mulher em todo o País, incluindo aqui em Rondonópolis, onde o registro de feminicídios também é uma triste realidade.
Muitas vezes, vemos homens que se sentem donos das mulheres, que não aceitam a separação conjugal e acreditam que, se elas não podem ser suas, não serão de mais ninguém.
Além disso, são muitos os casos de homens que agridem e espancam as companheiras como se fossem objetos.
Recentemente, presenciamos no Rio de Janeiro o caso de uma juíza que foi morta pelo ex-companheiro na frente dos filhos. O problema preocupa – e muito – porque, até hoje, a Justiça e o Estado não conseguiram dar resposta efetiva quanto ao mesmo.
Os demais diversos setores discutem meios de como combater essa problemática. E, diante de tudo que estamos vendo, acreditamos que o principal seja investir no trabalho pedagógico com as crianças. A mudança dessa triste realidade cultural contra as mulheres precisa mudar de berço!
Isso porque testemunhamos os diversos expedientes para aumentar a proteção das mulheres, a exemplo do “botão do pânico”, que visa ser acionado em caso de possíveis ameaças e ataques. Contudo, nem mesmo esse expediente tem feito com que homens se sintam inibidos de completarem o mau intento contra mulheres.
Também temos visto um esforço muito grande do Judiciário em por fim ao sentimento de impunidade nessas situações de violência doméstica ou contra a mulher. Isso é importante, sem dúvida! Mas, acima de tudo, é preciso que as famílias, as escolas e instituições eduquem e criem as crianças contra esse tipo de cultura. E o resultado vai ser visto lá no futuro…
Desde crianças, homens devem ser educados a respeitar e amar as mulheres. Devem ser educados sobre a liberdade e independência que cada mulher deve ter, independente se o relacionamento terminou ou não. Devem ser educados a não impor a sua vontade a partir da força física. Enfim, devem ser educados a deixar a cultura do machismo para trás…
Assim, cabe a cada família, aos pais, as escolas, igrejas, entre outras instituições, o surgimento de uma cultura que não só empodera as mulheres, mas que cria homens que saibam lidar com, cuidar e valorizar, o sexo oposto!