É recebido muito bem o anúncio do ministro da Cidadania, Osmar Terra, sobre o planejamento do governo federal para ampliar, no próximo ano, o número de vagas em comunidades terapêuticas. Conforme foi divulgado, de acordo com cálculos apresentados à Comissão de Seguridade Social e Família, da Câmara dos Deputados, a expansão de 11 mil para 20 mil vagas exige um investimento de R$ 92 milhões. É um valor alto, mas necessário.
Os dados que foram expostos pelo Governo Federal para justificar esse investimento falam por si só. Um levantamento nacional sobre o uso de drogas pela população brasileira indicou que 7,7% dos brasileiros de 12 a 65 anos já consumiram maconha ao menos uma vez na vida e 3,1% experimentaram cocaína. A pesquisa também mostrou que 0,9% da população brasileira já fez uso de crack e similares.
Não é preciso ir longe para ver como o uso de drogas tem afetado a população brasileira. Aqui mesmo, em Rondonópolis, os usuários estão pelas ruas, especialmente na região central, que virou uma espécie de “mini cracolândia”. E não estamos falando que os dependentes são somente aqueles que estão pelas ruas, pois sabemos muito bem que, em muitos lares, existem famílias sofrendo devido ao vício e tudo de ruim que ele traz. A dependência química é uma questão de saúde pública, e é importante que o poder público a trate assim.
Hoje, existem poucos locais para que as pessoas que assim desejam, possam se tratar. Aqui mesmo observamos entidades se desdobrando para oferecer atendimento, mas que infelizmente ainda é para um grupo limitado de pessoas. Ampliar esse atendimento por meio das comunidades terapêuticas, que já demonstraram eficiência, é muito importante e pode representar um importante ganho em saúde pública para o Brasil.
Oferecer algum apoio para aqueles que estão em situação de dependência e precisam dessa ajuda, é uma obrigação do poder público.