“Prova dos nove”

A expectativa no mundo político rondonopolitano nesta semana gira em torno da decisão da Câmara Municipal em aprovar ou não, na votação na Sessão Ordinária da quarta-feira (5), a abertura de uma Comissão Especial de Investigação (CEI), para apurar as denúncias envolvendo a administração municipal na realização do carnaval popular 2017, o “Rondonfolia”.
Conforme noticiado pelo Jornal A TRIBUNA, as denúncias envolvendo o carnaval popular deste ano começaram a surgir em função do descontentamento de prestadores de serviços diante do não recebimento dos valores acertados em função do evento. A partir daí, uma série de provas apontando para direcionamento e fraudes em licitações começaram a surgir – o que é muito grave.
A decisão a ser tomada pelos vereadores nesta semana vai servir como “prova dos nove”, para confirmar perante a sociedade, a posição de independência ou não da Câmara Municipal. Nesse contexto, convém dizer que a sociedade não aceita mais os velhos acordões na surdina, com muitos favores escusos negociados, em nome de interesses do Executivo.
Espera-se uma posição de neutralidade, de autonomia dos vereadores, porque poucas vezes na história local temos um caso com tantas provas robustas de irregularidades cometidas pela administração municipal, como no caso envolvendo esse carnaval. Assim, nada mais coerente que a Câmara se posicione pela devida apuração dos fatos.
De qualquer forma, essa votação ficará como atestado de confiança ou não dos nossos parlamentares quando se faz necessário. Ademais, em caso de uma postura dos vereadores tipo a de Pilatos, de “lavar as mãos”, esperamos que o Ministério Público Estadual possa cumprir com afinco e seriedade o papel que a Câmara resolveu não cumprir.
Como ainda não temos o resultado oficial da votação dos vereadores, convém esperar o desfecho desse emblemático caso, antes de tirar conclusões mais precipitadas. Independente disso, que a administração municipal tome esse episódio como lição para evitar erros tão grosseiros, bem como não deixar tanta gente sem receber pelo seu trabalho.