O reagir da sociedade

O Jornal A TRIBUNA retomou, desde o mês passado, uma cobrança direcionada aos vereadores acerca da situação da verba indenizatória recebida por eles em Rondonópolis, no valor de R$ 10 mil mensais. Além disso, os vereadores recebem mais R$ 10 mil de subsídio/salário, totalizando R$ 20 mil ao mês.
Desde o ano passado, segmentos representativos da sociedade têm se posicionado contrários ao pagamento da verba indenizatória nesse montante, sem necessidade de prestação de contas. O recurso da verba indenizatória é destinado para despesas ligadas ao exercício do mandato, mas, como não necessita de prestação de contas, fica livre para o vereador gastar como bem quiser – em sapato até parcela de carro novo…
Já passou mais de um ano que a sociedade iniciou o movimento popular se posicionando contra o pagamento da verba indenizatória sem a necessidade de prestação de constas, mas a Câmara Municipal, em uma posição que falta de consideração com a soberania que emana das ruas, não deu nenhuma resposta objetiva sobre a questão. Foi diante desse silêncio dos vereadores que o Jornal A TRIBUNA retomou o questionamento em relação a esse assunto e, da mesma forma, a partir desta semana, o Conselho de Leigos da Diocese está voltando a cobrar uma resposta da Câmara Municipal.
Se é a população quem paga a verba indenizatória dos vereadores, nada mais justo que ela seja informada como esse benefício está sendo gasto, de forma e para quê. A época em que a sociedade era alienada diante da falta de informação e transparência da coisa pública passou! Se os vereadores entendem que a verba indenizatória é necessária e não querem desagradar à sociedade, deveriam ao menos propor que seu recebimento seja mediante prestação de contas. Essa decisão mostraria maturidade, sobriedade, humildade e, principalmente, cumprimento da vontade popular.
A Câmara Municipal tem tudo para sair fortalecida dessa polêmica envolvendo a verba indenizatória e, nesse sentido, esperamos que a próxima legislatura de vereadores possa rever a posição atual e ao menos instituir o pagamento desse benefício mediante a devida prestação de contas. Afinal, a sociedade voltou a ficar de olho! Senhores vereadores, é preciso então mudar de postura!