Um novo retrocesso

Os rondonopolitanos já estão se acostumando com os avanços e retrocessos costumeiros verificados no Aeroporto Municipal de Rondonópolis. Quando melhora alguma coisa, piora outra e assim vai… Agora, por exemplo, o nosso aeroporto vem se modernizando em termos de equipamentos, recebendo os tão aguardados e reivindicados Papi e Rnav, de auxílio a navegação aérea, mas as companhias aéreas estão eliminando as rotas que fazem em Rondonópolis para outros estados da federação.
Do começo do ano para cá, Rondonópolis já perdeu a rota com destino a Campinas (SP), e perderá a rota com destino a Ribeirão Preto (SP) a partir de 1º de julho próximo. Desde janeiro, a frequência dos voos para Ribeirão Preto já tinha sido reduzida. Com isso, Rondonópolis terá como opções de destinos aéreos apenas Brasília (DF) e a nossa capital, Cuiabá. Vale lembrar que, em outras ocasiões recentes, já tivemos rotas para Maringá e Curitiba (PR), Araçatuba, São José do Rio Preto, São Paulo e Guarulhos (SP), que também foram eliminadas.
Para uma cidade que quer crescer, as perdas desses voos diretos são altamente desestimulantes. Até então havia a desculpa que o Aeroporto Municipal carecia de instrumentos operacionais diversos, mas agora eles estão sendo providenciados. No momento, as eliminações de rotas regionais no transporte aéreo estão sendo explicadas pela crise econômica nacional, que provocou redução no número de passageiros no primeiro quadrimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. As grandes companhias também estão cortando rotas, custos.
Infelizmente, com a crise atual, a tendência é que a aviação regional perca força novamente, após um longo período em expansão. Quem perde com isso são os moradores das cidades do interior brasileiro, que, apesar do expressivo potencial de consumo, como a cidade de Rondonópolis, continuam a depender dos aeroportos dos grandes centros urbanos do Brasil, com custos extras e tempos a mais para deslocamento. Enquanto a economia nacional não melhorar novamente, cremos que a aviação regional tende a não crescer, o que também compromete o programa de investimentos do Governo Federal para o setor – se é que vai ocorrer com a entrada do novo comando.
Contudo, com as condições estruturais e de equipamentos existentes, assim que a economia retomar seu curso normal, Rondonópolis estará apta novamente a conquistar seu espaço na aviação regional. Resta-nos aguardar toda essa turbulência passar…