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, 13 maio 2024
 
 

A bola da vez…

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Por 367 votos favoráveis e 137 contrários, a Câmara dos Deputados aprovou a autorização para ter prosseguimento o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A bola da vez está com o Senado Federal, que deve decidir o futuro da presidente e do País. Passado o processo e aguardando agora o seu desfecho, falemos de algo que também aconteceu ontem em Brasília. Televisionado para o País e o mundo, os nossos deputados federais, todos eleitos democraticamente, protagonizaram um espetáculo grotesco.
Sem o mínimo de respeito ou postura que se espera de um parlamentar, tornaram a sessão sobre o impeachment, que decidia o futuro do Brasil, em um dos momentos para ser lembrado entre os piores da política brasileira. Não haveria espaço para citar os inúmeros exemplos de desrespeito aos direitos individuais ou a Constituição, fiquemos então com o mais atordoante: Jair Bolsonaro.
O parlamentar parabenizou Cunha, defendeu o Golpe de 64 e saudou um torturador em menos de 15 segundos com a boca aberta. Retrato da intolerância. O coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, homenageado de Bolsonaro, era um dos militares mais temidos da Ditadura e foi apontado por dezenas de perseguidos políticos e familiares de vítimas do regime como responsável por torturas e mortes.
Um de seus métodos mais conhecidos: utilizar ratos em órgãos genitais de mulheres grávidas. Se o Brasil fosse um País sério, sairia preso da sessão. Mas o Brasil não é, e citamos o exemplo da deputada Raquel Muniz, do PSD de Minas Gerais, que chegou a dar pulinhos dizendo “eu voto contra a corrupção”, e amanheceu com a Polícia Federal na porta de sua casa para prender o marido corrupto. Como acreditar nos políticos e nos seus partidos, neste jogo de vale-tudo onde o que importa é o poder?
Ninguém está preocupado com o futuro do Brasil, e sim com levar vantagem e conseguir dinheiro fácil. A presidente deve cair, tudo aponta que sim. Se ficar, não tem condições de governar. Não tem apoio popular e não tem representatividade política, é o fim da linha para Dilma Rousseff. Mas se diante de tudo que o aconteceu anteontem a população ainda não entendeu que o problema não é apenas a Dilma, então não resta mais esperança.
Ainda haverá longas etapas até a reconstrução do País, tanto para retomar o crescimento econômico como para resgatar a moralidade. A aprovação do processo de impeachment é encarada por muitos como o primeiro passo. O país, tal qual um navio sem rumo, continuará enfrentando tempestades e turbulências por conta do impasse político e econômico. Engana-se quem pensa que destituindo a presidente de seu cargo, automaticamente os problemas vão desaparecer. Os economistas preveem mais alguns anos de recessão, com ou sem Dilma. Não deve se pedir demais durante esse processo: prosseguir de forma responsável e com o mínimo de respeito esperado. Nem deveria ser necessário pedir.

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