Seria hipocrisia negar que “nunca antes na história deste Estado” os investimentos em efetivo para a área da Segurança Pública tenham sido tão notáveis. No início da semana, o governo anunciou um novo concurso público para o preenchimento de 2.442 vagas, que devem abranger as polícias Militar e Civil, além da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec). Um reforço ainda maior para o plano de recomposição que vem acontecendo.
Desde 2015, conforme o Governo do Estado, já ingressaram nas carreiras 3.498 novos profissionais, sendo 1.952 soldados para a Polícia Militar, 1.084 escrivães e investigadores para a Polícia Judiciária Civil, 449 soldados para o Corpo de Bombeiros, nove peritos e quatro médicos legistas para a Politec.
Vale lembrar que muitos destes convocados ainda estão em formação, mas o aumento do efetivo é inegável. E se aumenta tanto o efetivo, por que a sensação de segurança ainda não? A resposta é simples: por anos a segurança pública ficou estagnada, sucateada, e ainda serão necessários muitos concursos públicos para que os números da segurança consigam fazer frente aos números da criminalidade.
Se notou, em 2015, que a Polícia Judiciária Civil, por exemplo, voltou a funcionar. Com a agilidade que precisamos, ainda não, mas a PJC voltou. Percebe-se as prisões de quadrilhas, os bens roubados recuperados e a resolução de muitos casos. A Polícia Civil respira, mas a quantidade de servidores ainda é insuficiente.
O Corpo de Bombeiros tem conseguido atender suas demandas, a Politec, apesar da área de abrangência gigante em que precisa prestar o serviço, tem se virado. Já a Polícia Militar, ainda precisa de muitas melhorias. Não só de efetivo, como de estrutura.
É de conhecimento de todos que para atender a região central de Rondonópolis, com 33 bairros, a PM tem apenas duas viaturas. A situação é crítica também com relação a região da Vila Operária e região Salmen. Mesmo se tivéssemos mais viaturas, faltariam militares para estarem dentro delas. A PM precisa do reforço, porque é ela quem faz o trabalho ostensivo, é ela que está na rua e que pode oferecer segurança para o cidadão. Se não tem polícia na rua, não tem sensação de segurança.
Por isso, os investimentos são bem-vindos, mas a cobrança por ampliação ainda maior do efetivo da segurança do Estado devem continuar. Se vivemos uma governo de transformação, esperamos transformação. Uma simples “mudancinha” não nos basta.
Breaking News