De quem é a responsabilidade?

Não é de hoje que animais de grande porte como vacas e cavalos são avistados com frequência circulando nas vias públicas de Rondonópolis. Na década de 1990, por exemplo, a presença desses animais era um transtorno recorrente, havendo por isso um trabalho intenso do poder público para recolhimento dos mesmos. Por certo período a situação se normalizou, mas nos últimos anos o problema fugiu ao controle novamente.
Atualmente, esses animais de grande porte podem ser vistos soltos nas mais diversas vias públicas, em qualquer horário e em qualquer região da cidade. Apesar do crescimento, Rondonópolis ainda conta com muitas grandes áreas dentro do perímetro urbano com criação de gado, especialmente vacas. Além disso, tem uma parcela de pessoas que possuem burros e mulas para a condução de carroças.
Por um lado, temos na cidade a falta de conscientização dos proprietários em manter presos seus animais. No entanto, acreditamos que essa situação somente acontece porque a fiscalização do poder público está sendo falha. Diante da gravidade do problema, é inadmissível haver apenas um servidor responsável pela fiscalização e apreensão dos animais soltos – como ocorre hoje. O poder público está sendo falho e ineficiente na tarefa de apreensão e notificação dos proprietários desses animais.
Não podemos esquecer que a sociedade não sabe para quem reclamar nos casos de animais de grande porte soltos em vias públicas. Não existe nesse sentido um número de telefone disponível e amplamente divulgado para as pessoas denunciarem e pedirem a ação de servidores da Prefeitura, visando a apreensão. Para descobrir qual setor era responsável por esse tipo de fiscalização, a reportagem do A TRIBUNA, por exemplo, teve de fazer inúmeras ligações telefônicas, até chegar na Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito.
Não é demasiado falar do perigo da presença desses animais de grande porte nas vias urbanas de Rondonópolis, gerando transtornos no trânsito e colocando em risco a vida dos motoristas e motociclistas. O poder público precisa agir enquanto é tempo, aumentando a estrutura de fiscalização e apreensão de animais soltos em vias públicas. Depois que uma tragédia ocorrer, não há mais como remediar…