Quando ouvimos falar das cifras bilionárias referentes ao Produto Interno Bruto (PIB) de tantas cidades brasileiras, a exemplo de Rondonópolis, surge inevitavelmente o questionamento em relação à forma que isso reflete na vida de toda a população. Quase sempre chegamos à constatação de que a produção de grandes riquezas não acaba sendo usufruída por todos os moradores.
No Brasil essa realidade é mais sintomática devido à tamanha desigualdade social verificada ao longo da história do Brasil. Somos hoje um país em desenvolvimento, mas ainda com renda totalmente concentrada. Em relação ao PIB, da mesma forma, a posse de grandes fontes de riqueza e geração de impostos não significa padrões de vida considerados excelentes para a maioria.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por exemplo, divulgou números indicando que Rondonópolis passou a figurar entre as 100 cidades mais ricas do Brasil, mais precisamente é a 94ª, conforme publicado ontem pelo Jornal A TRIBUNA. O nosso desafio é justamente transformar essa riqueza produzida em benefícios para todos, em melhoria da qualidade de vida da população, investindo em saúde, educação, segurança, habitação e infraestrutura mais maciçamente.
No caso de Rondonópolis, um dos problemas é que esse salto na geração de riqueza começou a ser intensificado nos últimos 10 anos, com o processo de industrialização e crescimento do setor de serviços. Portanto, é preciso por mãos à obra e investir em planejamento para corrigir o tempo perdido e as deficiências surgidas no começo do município. Mais um desafio é proporcionar mais educação superior de qualidade e qualificação profissional para que todos possam usufruir das oportunidades oferecidas, fazendo com que a camada mais pobre passe ter renda e consumo melhores.
Apesar da riqueza produzida por Rondonópolis não chegar às mãos de todos e de forma igualitária, é possível tirar dividendos dessa condição. Moramos, sim, em uma cidade rica, mas precisamos saber transferir renda para os mais pobres, utilizar melhor os recursos arrecadados e nos pautarmos mais em planos e metas para o nosso futuro. Aí poderemos ser mais ricos e menos desiguais…
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