O público em geral pode não ter dado conta, mas várias ameaças rondam a liberdade de imprensa no Brasil, especialmente dos veículos de comunicação de menor porte. Uma dessas ameaças é a “judicialização” contra notícias policiais nos últimos anos, intimidando e coibindo a informação de fatos contra a criminalidade.
Não estamos falando aqui na prática de um jornalismo irresponsável; muito menos de uma imprensa sem limites, maior que o Estado ou o Poder Judiciário. Estamos falando no direito de informar a sociedade, sobre a tarefa de denunciar, investigar e construir uma nação mais justa e mais tranquila através da imprensa.
Em hipótese alguma somos contra cada cidadão resguardar seus direitos quando se sentem prejudicados por publicações caluniosas, sem subsídios de fontes oficiais ou baseadas em comentários apenas. O que questionamos é a falta de parâmetros e a grande divergência de decisões judiciais em ações contra crimes de imprensa, prejudicando não apenas veículos de comunicação, mas a sociedade também.
Conforme reportagem publicada esta semana pelo Jornal A TRIBUNA, esse cenário tem inibido que muitos fatos sejam de conhecimento público, prejudicando a liberdade de imprensa. Inclusive, muitas pessoas têm utilizado dessa situação, da ameaça de ações judiciais, para “amordaçar” ou “engessar” a atuação da imprensa.
O próprio A TRIBUNA, nos últimos anos, tem evitado colocar nomes completos de acusados, fotografias ou mesmo divulgar muitas notícias policiais. Em contrapartida, sofremos com os questionamentos dos nossos leitores, que indagam o por quê dessas omissões “em favor da criminalidade e da impunidade”.
Na verdade, sofremos o peso de uma democracia que ainda precisa encontrar um ponto de equilíbrio entre os direitos constitucionais da honra de cada cidadão e da liberdade de uma imprensa séria e comprometida, que muito tem ajudado esse Brasil a avançar em tantas áreas. Afinal, temos sido os olhos e a boca do povo, lutando contra a impunidade, a corrupção, distorções, desigualdades…
Afinal, a liberdade de fato da imprensa, sem amarras, é crucial para todos.
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