O cobertor curto

Nesta semana, mais uma vez, o prefeito de Rondonópolis, Zé Carlos do Pátio (PMDB) esteve em Cuiabá e participou de uma reunião com a secretária de educação Rosa Neide Sandes de Almeida. Na pauta da reunião, pelo que foi divulgado pela assessoria de imprensa de Pátio, foram pedidos de recursos para atender a demanda do setor de educação no município.
Esta não será a primeira e nem a última vez que Pátio vai à Cuiabá em busca de recursos, e na verdade não é somente o prefeito de Rondonópolis que vai à capital em busca de apoio, mas todos os prefeitos dos 141 municípios de Mato Grosso precisam e necessitam do Estado para sobreviver.
Por outro lado é sabido e decantado que o Estado por mais que tente não tem e nem terá estrutura para atender as demandas dos municípios, principalmente em um estado como Mato Grosso que é carente em infraestrutura. No nosso Estado, identificamos cidades polos carentes em asfalto e saneamento básico, por exemplo. Se em cidades polos a situação é essa, imaginem então leitores, o que vive as cidades menores de Mato Grosso, em rincões mais distantes da capital Cuiabá. Vira a famosa história do cobertor curto, que em um dia cobre a cabeça e no outro os pés. O fato é que nunca todos os pedidos poderão ser aceitos e resolvidos pelo Estado.
O problema é que o Estado, sabendo da necessidade de infraestrutura dos municípios, vai buscar recursos no Governo Federal e neste caso, o governador Silval Barbosa peregrina na capital federal em busca de soluções para os municípios. O problema novamente que surge é que não é somente Mato Grosso que precisa recorrer a Brasília em busca de dinheiro. Pode-se analisar que mais de 80% dos estados da Federação precisam do Governo Federal para sobreviver e mais uma vez a ladainha se repete, pois a presidente Dilma também não tem condições de atender todos os pedidos dos Estados.
Desta forma fica evidente, que pelo menos a longo prazo, enquanto uma melhor política de distribuição do bolo tributário não for feita, municípios e estados vão viver nesta correria desenfreada e aparentemente sem solução.