Não vai terminar

Uma sondagem divulgada na edição de domingo do Jornal A TRIBUNA sobre compra de votos, feita pelo núcleo de pesquisas da Marketing Mix, uma agência de comunicação de Rondonópolis que atua em diversos setores, mostra que o problema da compra de votos será algo difícil de combater por parte das autoridades competentes, apesar de todas as ações que tem se intensificado ano a ano, em cada pleito.
Percebemos de forma clara e precisa, que nas últimas eleições as campanhas e a fiscalização para o combate à compra de voto se intensificaram, basta ver o número de parlamentares e prefeitos que foram cassados no Brasil com relação à questão. Se comparado ao processo eleitoral anterior o número de políticos cassados cresceu, sem sombra de dúvidas.
A pesquisa mostra que 55% das pessoas não aceitariam vender o seu voto, que por um lado é muito bom, mostra que um número significativo de pessoas está consciente da questão. Porém, a mesma pesquisa mostra dois dados extremamente preocupantes, o primeiro é que apenas 17% das pessoas denunciariam a compra de votos. Isso preocupa por vários aspectos, sem denúncia, o crime praticamente não representa punição, pois é muito complicado chegar à compra de votos sem ter alguém para mostrar o problema, pois trata-se também de algo difícil de se comprovar.
Isso mostra que de cada 100 pessoas que são induzidas pela compra de votos apenas 17 chegam a denunciar, um número muito baixo diante do tamanho do problema. Mas, o que mais preocupa não é isso, sim um outro número apresentado na pesquisa, que mostra que 21% das pessoas aceitariam a compra de votos em Rondonópolis. Ou seja, o crime ocorre justamente em razão de ter pessoas que aceitam as propostas de vantagem em troca de votos, sem ter a mínima preocupação com o futuro delas, afinal votar em candidato que compra votos significa, no mínimo, acobertar e ser comparsa de um crime. Fora isso, o eleitor estaria aprovando um ato de pura corrupção. O resultado é que, por enquanto a compra de votos vai persistir, pois enquanto houver eleitor que aceita vender o voto, vai ter candidato que compra o voto, uma situação ao que parece sem fim, a eterna roda viva.