Alguns vereadores de Rondonópolis estão invertendo papéis na Câmara Municipal. Basta verificar a celeuma provocada em torno do projeto que prevê aumento de sessões no Legislativo. A impressão que se tem é que muitos dos parlamentares estão mais preocupados em discutir essa questão, de forma tumultuada por sinal, do que trabalhar efetivamente para o desenvolvimento da cidade.
O projeto inicial de autoria do vereador Adonias Fernandes (PMDB) causou discussões, o que de fato é normal em qualquer projeto que entra na pauta da Câmara. O problema foi a forma pela qual a discussão evoluiu. De um lado, um grupo comandado pelo vereador João Gomes fez o que teoricamente é o certo. Externou o ponto de vista sobre o projeto e explicou que a medida, na visão dele [João Gomes] era desnecessária, pois existe o dispositivo da sessão extraordinária.
O que não deu para entender foi a apresentação de uma emenda, no dia da votação do projeto, que prevê ao invés de duas sessões a criação de cinco. Essa emenda partiu dos vereadores Milton Mutum (PR) e Ananias Filho (PR).
Apesar dos dois parlamentares terem dito que a proposta, realmente, era uma preocupação deles, a impressão que deu ao cidadão que acompanha as sessões da Câmara é que de fato a emenda soou como uma espécie de provocação ao vereador Adonias Fernandes.
Se realmente foi isso é lamentável, mas é um direito acreditar que não, que os dois vereadores querem mesmo é mais sessões. Mas será que o Legislativo local tem estrutura para garantir a realização de sessões todos os dias da semana?
Eis uma questão que deve ser estudada. O ideal seria, já que há interesse dos dois vereadores do PR e do vereador do PMDB em aumentar o número de sessões, apressar o andamento deste projeto e de fato a Câmara parar de dar prioridade à política interna e passar sim, a analisar a cidade no todo.