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Rondonópolis
, 11 maio 2024
 
 

Mudanças: Diante de novas realidades, Rondonópolis vê a região central se “esvaziar”

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Enquanto a cidade vê sua população aumentar, a região central não parece seguir essa mesma expansão: pouco movimento e muitas lojas fechadas – (Foto – ROBERTO NUNES/A TRIBUNA)

 

Com o passar dos anos fica cada vez mais perceptível que o centro de Rondonópolis passa por mudanças. Espaços fechados, placas de aluga-se por toda parte e redução da movimentação de pessoas começaram a se tornar mais comuns.

Enquanto a cidade vê sua população aumentar, a região central não parece seguir essa mesma expansão.

 

 

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Para empresários, representantes de entidades da sociedade civil organizada e professores não há um consenso sobre esse “esvaziamento” na região central, no entanto, a maioria entende que essa dinâmica vem ocorrendo ao longo dos anos e apontam inúmeros fatores que contribuem para que isso ocorra em Rondonópolis.

 

Juarez Orsolin, professor e administrador de empresas – (Foto – Arquivo)

 

Juarez Orsolin, que é professor do IBG, administrador de empresas e ex-presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Rondonópolis (Acir), é sim perceptível a diminuição de circulação de pessoas no centro, bem como da quantidade de empresas estabelecidas na área central. Para Orsolin, hoje há falta de atrativos no centro e as crises econômicas, somadas a pandemia, tornaram essa situação mais evidente.

“Com a crise econômica ficou mais difícil para as empresas se manterem no centro da cidade, onde os aluguéis são mais altos. Há uma busca em reduzir os custos fixos e por isso muitas empresas buscam alternativas para se manterem em funcionamento em outros pontos da cidade. Por isso, às vezes, optam em se instalarem em bairros atendendo um público específico”

 

Almir Santana, empresário – (Foto – Arquivo)

 

Quem também aponta essa necessidade de reposicionamento no mercado das empresas, aumentado com as sucessivas crises econômicas e evidenciado com a pandemia é o empresário Almir Santana.

“A pandemia agravou a situação, especialmente, do varejo e isso acaba impactando no esvaziamento do centro”, diz e reforça que o varejo vem sendo um dos setores mais penalizados com a crise e com a falta de incentivos.

Junto a isso, ele argumenta que, com o crescimento da cidade, alguns empresários buscam novas oportunidades em bairros, onde o consumidor não precisará se deslocar, tendo em vista que a cidade é urbanisticamente espalhada.

 

Renato Del Cistia, presidente da Acir – (Foto – Arquivo)

 

Partilha do mesmo entendimento, o presidente da Acir, Renato Del Cistia, que explica que, conversando com comerciantes do centro sobre o assunto, esse “esvaziamento”, teria ficado mais evidente com a pandemia. Ele argumenta que há uma migração do comércio para bairros em virtude do próprio crescimento demográfico. “É natural a migração do comércio buscando novos nichos de mercado”, afirma.

Com a migração do comércio, Del Cistia relata que ocorre uma diminuição da circulação das pessoas do centro, que deixam se deslocar, pois opta pelo comércio instalado nos bairros.

“Na percepção dos comerciantes seria interessante uma revitalização do centro, já que esta também é a região que tem os IPTUs mais altos da cidade”, acrescenta.

Além da crise econômica e do custo mais elevado para as empresas se manterem na região central de Rondonópolis e a busca das empresas por um reposicionamento no mercado com vistas e contornar as dificuldades do momento econômico, Orsolin analisa que a cidade ainda tem outros problemas como de mobilidade urbana que vão impactar no processo de “esvaziamento” do centro.

“A falta de estacionamento também contribui para as pessoas evitarem de transitar no centro da cidade, junto aos problemas de mobilidade urbana. A falta de transporte público eficiente é um exemplo. Isso interfere para que as pessoas evitem pegar um ônibus para se deslocar ao centro da cidade, se deslocando apenas quando precisam resolver algo específico e optando por resolver suas necessidades nos próprios bairros. As empresas vendo essa realidade, acabam investindo em outras regiões”, analisa Juarez Orsolin e complementa que o centro de Rondonópolis é prioritariamente empresarial, com poucos residentes, diferente de outras cidades.

 

Aluisio Lessa, diretor do Sindicato do Comércio Varejista – (Foto – Arquivo)

 

Com um ponto de vista diverso, o “esvaziamento” do centro teria como motivo, segundo o diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Rondonópolis, Aluisio Lessa, a pandemia em si, com a população optando em permanecer em casa e circular o menos possível com medo das “informações negativas da pandemia”.

Ele reforça que o comércio no centro representa atualmente 80% do comércio da cidade, sendo, portanto, muito representativo na cidade.

Mesmo discordando que ocorra um esvaziamento na região central, Lessa aponta que é necessário revitalizar o centro, com melhorias nas calçadas, retirada dos vendedores ambulantes, melhorando o visual da área central, bem como ampliar a segurança.

“Uma opção seria a implantação de um posto da Polícia Militar na Praça Brasil”, afirma.

Lessa lembra ainda que com o crescimento da cidade é natural que novos polos comerciais comecem a surgir em bairros da cidade e isso vem acontecendo em Rondonópolis.

 

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3 COMENTÁRIOS

  1. Inevitável…por onde vc vai nesta cidade, você se depara com um fortíssimo centro comercial. Rondonópolis tem em si, uma característica peculiar, uma cidade com um grande número de bairros, com ligações centro bairros muito fortes, propiciando a instalação de comércios em todo seu entorno. Haja vista região da grande vila operária, um exemplo de comércio forte, novo distrito da grande Aurora, entre outros, como também distrito Salmen, várias cidades dentro da cidade. Isso eu só posso dizer que é muito positivo. O centro por sua vez, precisa de atrativos e investimentos do poder público, como também da classe empresarial. Falar nisso o que virou a tão propalada contrução de um calçadão atrativo pros consumidores…

  2. Lockdown não resolve problema e já tivemos está avaliação no passado. O que está aumentando os casos são a falta de consciência de muitas pessoas que insistem em continuar fazendo festinhas, não utilizando máscaras… enfim, cada qual deve fazer tua parte e aqui não se exime partido político, religião, classe social… A pandemia veio nos ensinar que é preciso nos unir para combatermos a doença e até agora o que vejo são apenas uns querendo culpar os outros principalmente partidos querendo fazer política e muita, muita indiferença. Independente de qualquer coisa, a cidade precisa se estruturar para termos saúde de qualidade e as pessoas necessitam aprender a se solidarizar com o próximo!

  3. A depreciação da area central é um fenomeno que invariavelmente ocorre conforme a cidade cresce. É nitido quando a cidade ultrapassa 200 mil habitantes, e se torna critico em cidades gigantescas, como Rio e Sao Paulo, onde o centro não tem nenhuma importancia economica. Como foi dito no texto, há um reposicionamento das empresas para bairros e avenidas. Em Rondonopolis, por exemplo, é evidente que os comercios de luxo estão se instalando nas avenidas Lions e Julio Campos.

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