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, 14 maio 2024
 
 

SETEMBRO AMARELO: Mês é dedicado à prevenção ao suicídio

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Professores Márcio Nascimento e Luís Fernando Barth, do curso de Psicologia da UFMT: “Nem todas pedem, mas a grande maioria das pessoas que chegam ao suicídio pede ajuda. É importante que a gente perceba esse pedido de socorro” – Foto: Denilson Paredes

No último dia 10 foi comemorado o Dia Internacional de Prevenção ao Suicídio e o mês de setembro foi escolhido para se debater o suicídio e suas possíveis causas, como forma de prevenir e evitar novos casos. As ações fazem parte da campanha Setembro Amarelo, que foi criada em 2015 com o intuito de debater o suicídio e alertar as pessoas sobre os sintomas mais visíveis da depressão, uma das maiores causas do suicídio no mundo. O que motivou o surgimento da campanha foi o número crescente de casos de pessoas que têm tirado a própria vida, fazendo com que entidades públicas e privadas se vissem compelidas a debater e dar visibilidade para o tema, que é visto como um tabu por grande parte da sociedade e é um assunto sobre o qual pouco se ouve falar, mas o entendimento geral é que é preciso discutir e conhecer melhor o assunto.

Um dos objetivos da campanha é alertar a população sobre a necessidade de se falar sobre o assunto com toda a sociedade, algo que é tido pelos especialistas como a forma mais eficaz de se evitar e prevenir novos casos. Outro objetivo é conscientizar os profissionais da saúde sobre o fato de que o suicídio se trata de um problema de saúde pública. Estimativas dizem que no mundo acontece um suicídio a cada 20 segundos e que ele é a segunda principal causa de morte entre jovens com idades entre 15 e 29 anos.

Para o professor Luís Fernando Barnetche Barth, do Departamento de Psicologia da UFMT, a discussão a respeito do suicídio precisa ser feita, de forma conceitual, se evitando falar dos casos específicos, de forma que se evite romantizar ou espetacularizar o gesto extremo. “Não dá para evitar falar quando se trata de pessoas públicas, como um artista conhecido, mas a ideia é não estimular o suicídio e sim que a pessoa procure uma saída. O que mudou, já que antes não se falava no suicídio, é contar como as pessoas estão lutando contra ele, que as pessoas têm que ajudar. Como se identifica alguém com inclinação ao suicídio e como ajudar essas pessoas”, resumiu.

“O problema de narrar a história desses personagens que cometeram suicídio é fazer outras pessoas se identificarem com o personagem e sua história e quererem fazer igual ou parecido. Por isso, sempre que falamos do suicídio, procuramos muito mais falar do conceito e, muito mais que falar do suicídio, procurar somatizar a potência da vida, falar das coisas boas da vida, para estimular que mais do que se apegar à ideia do suicídio, a pessoa se apegue à vida”, complementou o também professor do curso de Psicologia da UFMT, Márcio Alessandro Neman do Nascimento.

Para os profissionais, assim que as pessoas identificarem amigos ou familiares que estejam fragilizados e apresentando sintomas de depressão, como pouco interesse por atividades sociais, uso excessivo de álcool e outras drogas, entre outros fatores, devem antes de tudo procurar conversar a respeito com a pessoa e, confirmando que a pessoa esteja pensando em tirar a própria vida, o ideal é encaminhar essa pessoa para um profissional habilitado para lidar com a situação. “Há diversos sintomas que também podem ser um tanto suicidas, como dirigir o carro embriagado, o uso inconsequente de drogas. Mas a gente só consegue falar do suicídio quando a pessoa morre. Há um mau estar muito grande, atual, contemporâneo, que todos nós sofremos, mas a diferença é como cada um lida com esse sofrimento, o que para uns é muito fácil e para outras pessoas é difícil, principalmente sozinho”, completou Márcio Nascimento.

“É importante identificar os sintomas nas pessoas, justamente para não se negligenciar aqueles casos que emitem pedidos de ajuda. Nem todas pedem, mas a grande maioria das pessoas que chegam ao suicídio pedem ajuda. É importante que a gente perceba esse pedido de socorro, porque há muita gente que acha que é bobagem, que é uma fraqueza e, dessa forma, a gente pode deixar de estar ajudando no sentido de estar oferecendo outra saída para os problemas dessa pessoa, que muitas vezes essa pessoa não vê. Buscando uma ajuda profissional, a pessoa pode encaminhar essa situação de uma outra forma”, afirmou o professor Luís Fernando Barth.

Ainda segundo os profissionais, além das clínicas e consultórios de psicólogos e psicólogas que atendem na rede particular, as pessoas que não tiverem condições de pagar por uma terapia poderão procurar a rede pública de saúde, por meio dos Programas Saúde da Família (PSF) e dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que serão encaminhadas para receberem ajuda profissional.

Em todo o mundo, cerca de 800 mil pessoas morrem em decorrência do suicídio. No Brasil, foram registradas 10.490 mortes no ano de 2011, ou seja, 5,3 casos de suicídio a cada 100 mil habitantes. Já em 2015, esse número chegou a 11.736, ou seja, 5,7 a cada 100 mil, segundo dados são do Sistema de Informação sobre Mortalidade (Sim) do Ministério da Saúde. O aumento no período foi de 12%. Do universo de pessoas que cometem suicídio, 79% do total são de homens, enquanto o número de mulheres é 3,6 vezes menos, 21%.

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