25.8 C
Rondonópolis
 
 

Alto escalão recebia propina para beneficiar empresas, diz PF

Leia Mais

- PUBLICIDADE -spot_img
Joesley Batista, dono da JBS, é um dos detidos na operação que tem como base a delação do doleiro Lúcio Funaro – Foto: Arquivo

A Operação Capitu da Polícia Federal (PF), com o apoio da Receita Federal do Brasil, foi deflagrada na manhã de ontem (9) para desarticular uma organização criminosa que atuava na Câmara dos Deputados e no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Foram cumpridos 63 mandados judiciais de busca e apreensão e 19 mandados de prisão temporária, todos expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

A PF mobilizou 310 agentes nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Paraíba e no Distrito Federal. Em Mato Grosso, além do ex-ministro da Agricultura Neri Geller, também foi preso o ex-secretário de Defesa Agropecuária do MAPA, Rodrigo Figueiredo, que esteve no Ministério da Agricultura quando Neri Geller comandava a Secretaria Nacional de Política Agrícola, antes de assumir como ministro.

Foram presos também na ação Antonio Andrade, vice-governador de Minas Gerais; Joesley Batista, dono da JBS; Ricardo Saud, executivo da JBS; Demilton de Castro, executivo da JBS; João Magalhães, deputado estadual pelo MDB de Minas Gerais; Mateus de Moura Lima Gomes, advogado; Mauro Luiz de Moura Araújo, advogado e Ildeu da Cunha Pereira, também advogado.

O inquérito policial foi instaurado em maio deste ano, baseado em declarações prestadas por Lúcio Bolonha Funaro, sobre supostos pagamentos de propina a servidores públicos e agentes políticos que atuavam, direta ou indiretamente, no MAPA, em 2014 e 2015.

Os pagamentos seriam feitos por executivos da J&F Investimentos, detentora do grupo JBS. “Este grupo dependia de normatizações e licenciamentos do MAPA e teria passado a pagar propina a funcionários do alto escalão em troca de atos de ofício, que proporcionariam ao grupo a eliminação da concorrência e de entraves à atividade econômica, possibilitando a constituição de um monopólio de mercado”, explica a Polícia Federal.

Durante as investigações, houve clara comprovação de que empresários e funcionários do grupo investigado – inicialmente atuando em colaboração premiada com a PF – teriam praticado atos de obstrução de justiça, prejudicando a instrução criminal, com o objetivo de desviar a PF da linha de apuração adequada ao correto esclarecimento dos fatos.

Daí o nome da Operação Capitu, a personagem dissimulada da obra prima de Machado de Assis, Dom Casmurro. Os envolvidos deverão ser indiciados pelos crimes de constituição e participação em organização criminosa, obstrução de justiça, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, dentre outros.

Caso haja condenação, as penas máximas poderão variar entre 3 e 120 anos de reclusão, proporcionalmente à participação de cada investigado.

- PUBLICIDADE -spot_img

1 COMENTÁRIO

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Publicidade -
- PUBLICIDADE -

Mais notícias...

Plano diretor: Justiça determina atualização em cidade de MT; em Roo projetos empacam na Câmara

Com a atualização do plano diretor atrasada há oito anos, a Justiça determinou que o município de Pontes e...
- Publicidade -
- Publicidade -spot_img

Mais artigos da mesma editoria

- Publicidade -spot_img