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“Legítima defesa”: Acusada de matar amiga diz que agiu motivada pelo medo

Na tarde de ontem (7), ocorreu a primeira audiência sobre o caso, no Fórum da Comarca de Rondonópolis

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Aldirene Santana, acompanhada do seu advogado, Júnior Mendonça, se dirigindo para audiência no Fórum. (Fotos: Roberto Nunes/A Tribuna)

 

Aldirene Santana: “As duas vieram pra cima de mim e eu, tremendo e com medo, acabei furando ela com a faca, que foi a primeira coisa que encontrei na hora do medo”

 

Audiência ocorrida ontem na 1ª Vara Criminal de Rondonópolis

 

A acusada de ter assassinado a jovem Fernanda Souza Silva, de 22 anos, com um golpe de faca na tarde do dia 26 de fevereiro deste ano, no Jardim Paulista, em Rondonópolis, Aldirene Santana, de 27 anos, revelou ontem, em entrevista exclusiva ao A TRIBUNA, que agiu por medo e acabou vitimando a sua amiga. Segundo o seu relato à reportagem, diante dos ataques de Fernanda e outra amiga, acabou agindo em legítima defesa.

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“Eu estava em casa. Tinha feito uma cirurgia de retirada das amígdalas na cidade de Poxoréu. Não recebia ligação dela e nem nada. Já estava afastada dela há alguns dias. Não havia brigado antes e nem discutido. Eu estava sentada em casa na mesa da cozinha e a porta fechada. Estava tirando as minhas sobrancelhas quando percebi que o trinco da porta mexeu. De repente ela [Fernanda], apareceu na janela da cozinha e começou a bater com muita força gritando para que eu abrisse a porta. Então fiquei com medo de que ela quebrasse a porta e já pensei no prejuízo. Logo eu disse: – calma que vou abrir a porta”, disse Aldirene.

A acusada explicou que em sua casa havia um carregador de celular da amiga e imaginou que Fernanda iria pegar o carregador, brigar e ir embora. “Mas, quando abri a porta, saí andando de costa e peguei o carregador e comecei a enrolar, ela começou com ofensas. Me ameaçou dizendo que iria fazer um estrago com minha vida. A todo momento só fiquei quieta no canto da parede falando pra ela ir embora. Eu dizia: – Fernanda vai embora que não estou conseguindo falar e depois a gente conversa. Eu queria conversar com ela e não conseguia. Além disso, ela também ela estava muito nervosa. De repente, a Fernanda começou a jogar minhas coisas no chão, como o meu telefone. Foi no momento que olhei para Janaína e pedi para ela tirar a Fernanda de lá. Nisso, a Janaína ficou agressiva comigo também e mandou eu calar a boca, quando a Fernanda veio para cima de mim. Eu não corri e nem abri gaveta como falaram. A faca estava em cima da mesa junto a utensílios de unha como uma tesoura. Foi num momento em que as duas vieram pra cima de mim e me deram um muro. Nisso, eu tremendo e com medo acabei furando ela com a faca, que foi a primeira coisa que encontrei na hora do medo. Após isso joguei a faca longe, pois fiquei apavorada e com medo da Janaína me furar com a faca”, relatou a acusada.

 

 

Segundo Aldirene, depois da vítima ser ferida, ela e a Janaína começaram a chamar por socorro. “Estou muito arrependida. Não consigo dormir e tenho muita vontade de pedir perdão à mãe dela. A minha família também não está bem, pois nunca imaginava que iriamos passar por algo assim. Antes do ocorrido eu trabalhava. Entrava as 14 horas e saía às 22 horas. Este ano comecei a estudar também. A minha rotina mudou e não é mesma coisa. Fiquei 60 dias na prisão”, externou.

Desde a data do crime, Aldirene Santana estava presa na Cadeia Feminina por força de um mandado de prisão preventiva, mas foi colocada em liberdade no último dia 2, após uma decisão colegiada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. A defesa da acusada alegou que a prisão de Aldirene foi ilegal. Agora ela vai aguardar o julgamento em liberdade. Na tarde de ontem (7), ocorreu a primeira audiência sobre o caso. De acordo com o advogado Júnior Mendonça, que faz a defesa da acusada, a audiência de ontem foi de instrução e julgamento, onde foram ouvidas as testemunhas arroladas pelo Ministério Público e as arroladas pela defesa.

“Após ouvidas as testemunhas, o juiz Wagner Plaza, da 1ª Vara Criminal, ouviu a acusada que sustentou os fatos no sentido de que a sua tese de defesa será da excludente da culpabilidade pela legítima defesa. A suspeita foi ouvida e aberto o prazo para os debates finais por escrito, onde o MP terá cinco dias para apresentar as suas alegações e a defesa, mais cinco. Depois disso, o juiz vai analisar se pronuncia a júri popular ou impronuncia e absolve”, explicou o advogado.

 

 

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