Inoperância do C3i favorece a criminalidade

Dois empresários que foram vítimas de assaltos em Rondonópolis, na manhã do sábado passado (11), não conseguiram contato rápido pelo telefone 190 da Polícia Militar. Em dois assaltos ocorridos, sendo um na Iscas Boa Pesca, próximo da Avenida Presidente Médici e outro em uma distribuidora de calçados, na região da Vila Operária, a PM chegou ao local dos roubos quase 20 minutos depois do primeiro contato. Em um dos casos, uma das vítimas teve que telefonar para um amigo policial para que ele pudesse acionar as guarnições de plantão.
A dificuldade do contato rápido com a PM é resultado da inoperância do atendimento desde que foi instalado na cidade o Centro de Controle e Inteligência (C3i). Antes do serviço, que tem a finalidade de tornar mais ágil o contato da população com a PM, Polícia Civil e Bombeiros, o telefone 190, mesmo com suas dificuldades, na maioria dos casos, recebia as chamadas da população em até três toques.
OS ASSALTOS
O primeiro assalto foi registrado na manhã de sábado (11), por volta das 9 horas. Dois homens armados com uma pistola entraram de “cara limpa” na Distribuidora de Calçados Eliza, localizada na Vila Castelo, região da Vila Operária. “Eles chegaram bem vestidos, se passando por compradores e perguntando sobre tudo. Eu estava com alguns clientes para retirada de mercadoria. Quando alguns deles deixaram o local, os bandidos anunciaram o assalto e já me rendeu com a pistola. Eles levaram R$ 500, cerca de oito pares de calçados, além de dinheiro e joias de alguns clientes que estavam comigo. Depois, os assaltantes fugiram. Um pilotando uma moto Titan azul e outro uma prata”, relata o advogado e comerciante José Pedro Matias.
Ele explicou que, após o roubo, não conseguiu atendimento rápido no 190, onde as ligações são atendidas no C3i. “A polícia chegou ao meu estabelecimento 20 minutos após o chamado”, conta.
Já o assalto na Iscas Boa Pesca ocorreu por volta das 11h do mesmo sábado. Três homens chegaram ao estabelecimento, dois deles armados. No local, renderam clientes e funcionários e conseguiram levar dinheiro do estabelecimento, além dos clientes que também ficaram sem seus pertences, como celulares.
Segundo informação de testemunhas, um dos funcionários conseguiu se esconder no banheiro antes de ser visto pelos marginais. Enquanto os bandidos permaneciam no estabelecimento, o funcionário tentou acionar a PM, via 190, mas não conseguiu atendimento no C3I. A expectativa era a PM chegar a tempo de ainda prender os bandidos.
“A Polícia Militar chegou à loja 20 minutos após conseguirmos contato com a corporação, mas não pelo 190 e sim por meio de um amigo nosso que também é policial”, disse o gerente Gilvan Oliveira de Almeida.
A partir de imagens do circuito interno de filmagens de uma das lojas, as vítimas perceberam que os dois assaltos foram praticados pelos mesmos criminosos.