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Comerciantes se tornam reféns da “Cracolândia”

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Dependentes fazendo uso de drogas, anteontem, por volta das 20h30, na “Cracolândia”
Dependentes fazendo uso de drogas, anteontem, por volta das 20h30, na “Cracolândia”

Comerciantes e moradores estabelecidos nos arredores do Ginásio de Esportes Marechal Rondon e toda área adjacente conhecida na cidade como “Cracolândia”, estão reféns de usuários de drogas, traficantes, criminosos e pessoas em situação de rua. Conforme foi apurado pela reportagem, empresários e comerciantes estão tendo que pagar semanalmente para não terem seus bens furtados ou danificados pelos desocupados.
A empresária Marchiane Fritzen é uma das que paga semanalmente para uma das pessoas em situação de rua vigiar para que os outros não furtem ou danifiquem o seu estabelecimento localizado na Rua Afonso Pena. “Em meio ao descaso, esta foi a única solução encontrada para evitar os furtos e prejuízos com vidraças quebradas. A Polícia Militar tem feito o seu trabalho. Os policiais chegam, fazem as revistas, os retiram da área, mas é só virar de costas e todos voltam novamente”, disse.
De acordo com Marchiane, o problema com furtos no estabelecimento começou ainda durante as obras de construção da empresa. “Eram furtos de material todos os dias. O mestre de obras quase abandonou o serviço porque todo o dia tinha que comprar tudo novamente. Eram roubos de fiação, canos, tomadas, tudo que eles encontravam pela frente. Foi preciso colocar segurança eletrônica ainda na construção”, revelou.
Ela explica que, na região, não pode ficar nenhum imóvel vazio. “É só eles perceberem que no local não há ninguém, já começam as invasões e furtos. Acredito que, para amenizar a situação desta região seria o fechamento da praça ao lado do Ginásio Marechal Rondon, local onde a maioria fica concentrada. Percebo que este público faz parte de um círculo de pessoas em situação de rua que se renova a cada seis meses. Sempre percebemos a renovação dos grupos”, avalia a empresária.

Desocupados, anteontem, em escuridão debaixo de árvore, também na Rui Barbosa
Desocupados, anteontem, em escuridão debaixo de árvore, também na Rui Barbosa

A situação também é crítica na Escola Adventista, localizada na Rua Afonso Pena. Os desocupados, diariamente, usam as rampas e entrada da escola como dormitório. Pela manhã, é preciso ter cuidado para que as crianças não acabem tendo que se deparar com cenas deploráveis de usuários de drogas no local. “Vamos ter que instalar uma grade e perder a estética da fachada da escola, pois a frente hoje é usada pelos desocupados como dormitório, consumo e até mesmo o tráfico de drogas”, disse o tesoureiro da escola, Leonardo Dias da Silva.
Ele reclama que, em uma esquina próxima da escola, um bar favorece para a situação de desocupados no local. “Acredito que o fechamento deste estabelecimento, pelo poder público, também contribuirá para redução do problema. Neste local, é de costume ficarem muitos usuários e até mesmo pessoas com más intenções”, disse.
Além da frente da Escola Adventista servir como dormitório dos desocupados, o teto da escola virou local de descarte de objetos usados para o consumo de drogas, como cachimbos e também armas brancas que são jogadas no telhado do local quando a polícia se aproxima. Caixinhas de tomada também já foram usadas como esconderijo de drogas. “Todos os dias, antes do começo das aulas, é feita uma vistoria na frente da escola para não expormos nossos alunos a estes objetos e também aos desocupados”, disse uma funcionária.
Devido a existência da “Cracolândia”, houve a mudança de endereço de uma garagem de venda de veículos localizada na frente do Ginásio Marechal Rondon. No mês passado, após uma tentativa de chacina de viciados devido a dívidas com o tráfico, uma pessoa morreu na frente do estabelecimento. A esposa do proprietário da garagem, que preferiu não se identificar, pois já sofreu assalto, diz que também já chegou a pagar para um desocupado não deixar os demais depredarem ou furtar o seu patrimônio.

Pai e criança transitam em meio a usuários de drogas na calçada da Avenida Rui Barbosa
Pai e criança transitam em meio a usuários de drogas na calçada da Avenida Rui Barbosa

Para ela, parte do problema da “Cracolândia” seria resolvido com o fechamento da praça em frente ao ginásio. “O local habita uma quadra de esportes usada por crianças e jovens da cidade e de outras localidades durante jogos estudantis. Já fiquei abismada em ver um grupo de crianças que estava aguardando pelo começo dos jogos, por volta das 8 horas de uma manhã e, ao lado na praça, os dependentes fazendo uso de crack na frente dos alunos. É assombrosa esta situação. As crianças estão expostas à essa vergonha”, disse.
Também na frente do ginásio, está a sede do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), que já foi por diversas vezes alvo dos desocupados, inclusive com pichação de suas paredes. Na frente do imóvel, teve que ser instalada uma grade para inibir a ação dos desocupados.
A concentração dos desocupados, além do espaço da praça do ginásio, ocorre também nas ruas próximas e principalmente as que possuem locais de escuridão, como a frente e a lateral do Centro de Formação de Professores (Cefapro), que fica ao lado do ginásio e também embaixo de árvores, na Rua Poxoréu, bem na frente da Unidade de Atendimento e Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua, o Centro Pop.

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  1. Se era ruim, agora ficou pior, fecharam o bar por funcionar perto de uma escola, mas não retiram o usuários da cracolândia, então ampliou a cracolândia com mais um imóvel fechado e mais uma varanda para desocupados ficarem abaixo, resultado, o comércio encolheu e a cracolândia expandiu, não que eu seja a favor do bar neste local, mas retirou apenas o mais fácil.

  2. É total descaso. Grande parte desses moradores de rua, viciados em drogas e na senvergonhice, são procedentes de cidades de outros Estados. Muitos deles tem parentes e amigos presos na Mata Grande. No entanto a Prefeitura, através de seu serviço social e da saúde, deveria tomar as devidas providências. Isso é vergonhoso.

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