O programa educacional Samuzinho, cuja proposta é orientar sobre as consequências do trote no Samu (192), já apresentou resultados positivos após a sua implantação em 2010. Segundo os dados da coordenação do Samu, de 2010 para 2011 o número de trotes no Samu teve queda de 32%. Em 2010, o serviço registrou 93.602 trotes, contra 62.930 em 2011.
De acordo com o coordenador do Samu Ariângelo da Cruz Magalhães, apesar da queda nos números, o serviço ainda é vítima de muitos trotes. “O deslocamento de uma viatura para atender um chamado falso pode custar a vida de alguém. É isso que passamos para as crianças que têm acesso ao projeto Samuzinho”, disse o coordenador.
Ele revela que não são apenas as crianças que passam trotes no Samu, mas também pessoas adultas. “Quando é uma criança passando trote é mais fácil identificar a ocorrência. Mas, quando é adulto, é mais difícil, pois eles passam uma certa firmeza de que é um chamado real”.
O programa educacional “Samuzinho” é direcionado ao público escolar infanto-juvenil de iniciativa do 3° Batalhão de Bombeiros Militar.
Durante estes dois anos, o projeto Samuzinho selecionou crianças nas escolas da cidade para participar de “Um Dia no Samu”. As crianças e adolescentes ficaram um dia inteiro no Samu, ajudando atender as chamadas, vendo e aprendendo como funciona o serviço de atendimento.
A ideia é formar multiplicadoras do projeto para difundir nas escolas o que aprenderam. Em 2010, o jornal A TRIBUNA publicou uma reportagem mostrando os perigos e prejuízos que o trote pode trazer às instituições e os riscos que ficam sujeitas as pessoas que deixam de ser atendidas numa emergência porque uma viatura teve que se deslocar para atender uma falsa comunicação de ocorrência.
O problema é que a cidade está crescendo muito e as distâncias entre os bairros estão aumentando. Dessa forma, se acontecer de uma viatura ter que se deslocar até um extremo da cidade para atender uma chamada falsa, se houver um acidente, uma ocorrência de urgência num outro ponto, a vítima ou as vítimas poderão ter a situação agravada e até correr risco de morte, dependendo da gravidade da situação. No caso de crianças e adolescentes flagrados passando trote, os pais poderão responder na justiça pelo ato do filho. Os adultos poderão responder criminalmente.
