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Índice de morte entre adolescentes da cidade está entre os maiores do Brasil

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Os homicídios de adolescentes em Rondonópolis: uma realidade que saltam aos olhos dos moradores locais
Os homicídios de adolescentes em Rondonópolis: uma realidade que saltam aos olhos dos moradores locais

Os homicídios de adolescentes em Rondonópolis, principalmente relacionados ao tráfico de drogas, são uma realidade que saltam aos olhos dos moradores locais. Essa triste percepção foi confirmada por meio dos números de um estudo divulgado esta semana: o Mapa da Violência de 2010/Anatomia dos Homicídios no Brasil, realizado pelo Instituto Sangari, de São Paulo (SP). O cruzamento de dados aponta que a cidade de Rondonópolis tem, proporcionalmente, um dos maiores índices de homicídios de adolescentes do Brasil. Na faixa etária de 0 a 19 anos, Rondonópolis é a 13ª cidade mais violenta do país.
A cidade mais violenta para crianças e adolescentes do Brasil é a paulista Suzano, que registrou 96 mortes em 2007 nesse grupo de pessoas, com uma taxa média de 88,4 homicídios em 100 mil habitantes. Isso levando em conta que Suzano tinha 108,6 mil habitantes nessa faixa etária. Na 13ª posição, Rondonópolis registrou 29 homicídios em 2007 na faixa etária de 0 a 19 anos, com uma taxa média de 47,7 homicídios em 100 mil habitantes. Isso levando em conta que Rondonópolis tinha 60,7 mil habitantes nessa faixa etária.
A capital mato-grossense ocupa o 153º lugar no ranking da violência entre adolescentes. Cuiabá, com uma população de 191,9 mil habitantes na faixa etária entre 0 e 19 anos, teve 41 homicídios nesse grupo de pessoas em 2007, perfazendo uma taxa média de 21,4 homicídios em 100 mil habitantes. Nesse grupo de população, a cidade mato-grossense de Sinop ocupa o 126º lugar no ranking de violência contra adolescentes, com 12 homicídios entre o referido grupo, e uma taxa média de 23,5 homicídios em 100 mil habitantes.
O agravante é que o estudo aponta que, entre os municípios brasileiros, o assassinato de crianças e adolescentes ainda não é algo tão comum. Conforme o estudo, o número de homicídio de crianças e adolescentes de Rondonópolis, por exemplo, é bem maior que muitos países do mundo, com população infinitamente maior. A Espanha, com 43,3 milhões de habitantes, por exemplo, registrou 27 homicídios ao ano na faixa entre 0 e 19 anos. “Noutras palavras: a morte de crianças, ou de adolescentes, não pode, em nenhum caso, ser tomada como um fato natural e inevitável”, atesta o estudo.
ANÁLISE – No entanto, os números de violência, segundo o estudo nacional, vão crescendo drasticamente à medida que avança a idade. Entre os 12 e os 15 anos de idade, a cada ano de vida, praticamente duplicam o número e as taxas de homicídio. As idades com maior crescimento de vitimização na década entre 1997 e 2007 são as que se localizam entre os 14 e os 16 anos de idade, com incremento acima de 30%.

Situação não é tão grave envolvendo todas idades

O município de Rondonópolis registrou, segundo o Mapa da Violência, 69 homicídios ao todo em 2007, até então, o maior número em um período de cinco anos. Com esse número e uma população oficial na época de 172,8 mil habitantes, a cidade ocupa o 263º lugar no índice geral de violência no Brasil, com uma taxa média de 39,9 homicídios em 100 mil habitantes. Juruena, em Mato Grosso, possui o índice de violência mais alto do Brasil. Com 6,6 mil habitantes, a taxa média de homicídio naquela cidade em 100 mil é de 139.
A cidade de Cuiabá, com 551,9 mil habitantes, ocupa o 293º lugar no ranking geral de violência, com 214 homicídios em 2007 e uma taxa média de homicídio em 100 mil de 38,8. Várzea Grande, com 260,7 mil habitantes, estava no 265º lugar no ranking geral de violência, com 104 homicídios em 2007 e uma taxa média de homicídio em 100 mil de 39,9.
A partir de 2000, cidades como Rio de Janeiro, Recife, Vitória e Cuiabá apresentaram quedas no número absoluto de homicídios. A capital de Mato Grosso, por exemplo, reduziu o índice geral de assassinatos por 100 mil de 55,3  para 38,8.
O estudo do Instituto Sangari leva em conta os dados do período entre 1997 e 2007.

Números indicam interiorização da violência

O Mapa da Violência de 2010/Anatomia dos Homicídios no Brasil mostra que os polos dinâmicos da violência mudaram no País, em nosso caso, para os municípios do interior, a exemplo de Rondonópolis. Se, em 1997, 42,6% dos homicídios do país aconteciam nas capitais, essa proporção cai rapidamente para, em 2007, representar 34,6%.
No entanto, o estudo pondera que essa mudança de eixo não significa que os números ou as taxas de homicídio do interior superam as dos grandes centros urbanos. “Significa, simplesmente, que o crescimento dos homicídios, sua expansão, concentra-se agora em municípios do interior dos estados”, explicaram.
No interior dos estados, segundo o estudo, observa-se um crescimento de 37,1% entre 1997 e 2007 nesse índice. Essa diferença de ritmos, com regiões metropolitanas e capitais estagnando ou caindo, enquanto o interior continua crescendo, é o que denomina-se, desde os trabalhos de 2002, de Interiorização da Violência.
Uma das explicações dessa realidade nas cidades interioranas é a consolidação, durante a década de 1990, de um processo de desconcentração econômica que faz emergir novos polos atrativos de investimentos, trabalho, migrações, e também, diante das deficiências da presença do Estado e da Segurança Pública, aumento da criminalidade e da violência.

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4 COMENTÁRIOS

  1. Olá!

    Recentemente o Instituto Sangari publicou estudo sobre a violência nos últimos 10 anos no Brasil. Dados alarmantes, que demonstram que a violência que nos assusta no local onde moramos é um fenômeno nacional. O QUE ESTÁ ACONTECENDO? ALGUMAS REFLEXÕES? QUAL O PAPEL DE TODOS? Leia! Divulgue e deixe seu comentário:
    http://www.valdecyalves.blogspot.com
    Veja um vídeo do qual participei comentando sobre a violência na mídia:
    http://www.youtube.com/watch?v=ljsdz4zDqmE
    FELIZ PÁSCOA PARA TODOS! Não deixe de seguir o meu blog e assinar o feed.

  2. Algumas mudanças se fazem urgentemente necessárias: Uma delas é a mudança da Lei que proíbe o trabalho do menor! A existência da lei punitiva aos pais que ‘colocarem o filho no trabalho’ mudou, nestes últimos anos, muitos hábitos saudáveis: Antes o filho ficava próximo ao pai, aprendendo a trabalhar!
    Hoje? Um grande número de menores que poderiam estar recebendo as primeiras orientações para o futuro está pelas ruas, estão sendo iniciados NAS DROGAS!
    A escola deveria ser em período integral a criança estudaria normalmente metade do período e outra metade receberia a educação para o trabalho, seja ele nas mais diferentes áreas: informática, trabalhos artesanais, artes, manejo na agricultura, horta, cuidados em aviários etc. Acompanhei uma ‘blitz’ onde foram detidos alguns menores (15, 16,17 anos) e, acredito, que alguns já até são pais de família… Vamos fazer a diferença? Vamos mudar a Lei? Ah, sim: E o menor infrator tem que ser punido sim!

  3. Isso é o reflexo da educação dos jovens… Nos dias de hoje TUDO eles podem… Exemplo disso são os professores que são reféns da proteção desmedida dos pais e das leis… Definitivamente e uma geração mediocre, salvo excessoes…

  4. Não sei porque mas, por “pareça que incrivel” esses dados já eram esperados… As políticas públicas não abarcam os adolescentes como deveriam… Sugiro que visitem algumas escolas… Boa parte dos adolescentes ainda está lá… Talvez por pouco tempo…

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