Num instante, perguntei ao tempo,
sobre as circunstâncias de cada momento.
O tempo disse relativizar cada evento.
E que o tempo não tem o controle do tempo.
Às vezes, corre apressado e urgente,
fazendo cada segundo parecer um instante.
Noutras vezes, arrasta-se lentamente,
e cada minuto parece durar eternamente.
O tempo é uma incógnita, um enigma.
Não pode ser contido nem aprisionado.
Passa como vento, insensível paradigma.
Deixando suas marcas, sem ser convidado.
Mas o tempo também é um presente.
Uma dádiva que nos é concedida.
Para vivermos cada momento plenamente.
E construamos a nossa própria vida.
Portanto, aproveite o tempo que lhe foi dado.
Valorize cada segundo, não o desperdice.
Pois, ao final, é no tempo que estará gravado,
o legado que deixamos, limpo de qualquer imundice.
(*) Jorge Manoel é jornalista, professor, intérprete e poeta
Fico impressionado com a escolha meticulosa de palavras pelo autor, executando as rimas como que em contratempo, ao passo que toca seu instrumento poético em perfeita harmonia.
Não poderia deixar de mencionar a belíssima reflexão acerca do tema, visto que nem mesmo o tempo controla a si mesmo, por isso a única coisa que podemos fazer é manter nossa integridade livre de manchas e escrever um bom nome perante essa poderosa força invisível.
Parabéns, e obrigado, Jorge!