Estamos na semana da Família. É um momento de reflexões na busca do entendimento, principalmente das grandes mudanças pelas quais passam essa instituição humana e divina. Família é lugar onde se revela a existência da luz e da complexidade do amor; lugar de contradições entre seus membros, mas de construção de personalidades. Família lugar de aperfeiçoamento, lugar de administrar crises, desejos individuais, lugar de esperança, de educar, harmonizar, conviver com sentimentos, partilhas e comunhão.
Atualmente, ao falar de família percebemos um misto de utopia e realidade: utopia dos nossos sonhos e desejos de um mundo de famílias perfeitas, contrapondo com a realidade de um mundo moderno e cheio de incertezas. Mas o que seria de nós se não fossemos utópicos? Com certeza nos enfraqueceríamos diante do modernismo e desistiríamos desse projeto divino, porque a realidade age pesadamente, busca dominar e exercer influências destrutivas; apresenta eixos modernos que procuram brechas para nortear e impor novos valores familiares.
Diante de tantas transformações vividas no contexto do dia a dia, o indivíduo abraça e adota formas, missões e ocupações diferentes no tempo e no ambiente em que se situa, o que intervém diretamente na instituição familiar. Não quero aqui emitir nenhum juízo ético sobre as novas formas de constituição familiar, mas deixar claro que o legado da família é ser e permanecer como “instrumento a serviço do amor”. É preciso lutar pela família para que não se perca o significado da dimensão familiar, sua estabilidade, os papeis de cada um dentro do relacionamento, o lugar da criança, do adolescente, do pai e da mãe e principalmente do núcleo familiar diante da sociedade, da economia, da política e do convívio comunitário.
Família é lugar de fecundidade, e para que isso se torne uma realidade, deve começar na base familiar os ensinamentos dos verdadeiros valores humanos, dentro dos quais se completam a existência humana, a vida e o servir norteados pelo amor em defesa da vida. Toda família precisa de atenção, ajuda e acolhida, em especial as famílias mais carentes e excluídas, pois essas são as mais vulneráveis, que sofrem ataques de todos os lados, para que possam superar a luta que enfrentam em dias tão modernos, diante de valores tão inversos e mutáveis.
A família é uma responsabilidade de todos nós, e só será capaz de enfrentar os obstáculos que lhes são apresentados se cada um de nós abraçar nossa missão, carregar não o peso, mas o prazer da responsabilidade de cuidar, zelar, recolocar nos trilhos quando houver necessidade, corrigir, servir, orgulhar-se das vitórias e acima de tudo, amar.
Aproveitamos esse espaço para convidar a todos/as para o Simpósio das Famílias que acontecerá hoje à noite, dia 15 de agosto, às 19 horas na Paróquia Santa Cruz. Será uma oportunidade para refletirmos sobre os valores da família e sobre algumas pistas para melhorarmos ainda mais os nossos relacionamentos familiares.
Participe conosco!! Sua presença será motivo de alegria para nós…
“Que a família comece e termine, sabendo onde vai”.
(*) Silvia Arrue de Lima Dalmaso é da Pastoral Familiar em Rondonópolis
