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, 26 maio 2024
 
 

Para que férias?

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Eleri _U

Pode parecer estranho para a maioria, mas alguns seres humanos detestam férias. Devem ter alguma neura encalacrada no cérebro que os deixa assim. A bela Angelina Jolie é uma dessas pessoas que diz não necessitar de férias, por isso as detesta. Há também os que nunca tiraram férias e os que estão em férias permanentes.
Lembro que meus pais ficaram mais de 30 anos trabalhando na roça sem tirar férias, exceto três ou quatro dias no ano em que visitávamos os vovôs, de ônibus por estradas de terra enlameadas. Momento em que os vizinhos cuidavam das vacas, tiravam leite e tratavam o restante da bicharada. Eram dias de muita alegria para nós.
A maioria dos mortais, no entanto adoram férias e usufruem delas. Com sofreguidão, é verdade (porque o país não está preparado para esses momentos), mas ainda assim, além de amparados por lei, conseguem aproveitar esse período para fazer algo diferente que o habitual.
Com a elevação do poder aquisitivo, muitos conseguem fazer algo impensado anteriormente, como viajar, por exemplo. O pessoal da indústria do turismo está nadando de braçada justamente por motivo.
As férias de um modo geral são esperadas e saboreadas, antes, durante e depois de elas acontecerem. Buscamos esticar ao máximo os benefícios que elas podem nos proporcionar. Como um aspecto positivo na renovação da energia, ela deve ser saboreada por um longo período.
Antes, fazemos planos, organizamos agenda e recursos, discutimos atividades, destinos e possibilidades. A expectativa em si já é um motivo de prazer antecipado que trás contribuições importantes para as nossas atividades profissionais, colaborando em vários aspectos.
As férias em si normalmente são utilizadas para desligar os neurônios das tarefas e responsabilidades do dia-dia, ignorando rotinas que nos engessam e cerceiam a criatividade.
Elas nos permitem viver aquilo que temos dificuldade de viver durante o resto do ano. Dormir e acordar tarde sem culpa, passear com as crianças no meio da semana durante o dia, não ter pressa no almoço e poder tirar uma soneca mais demorada, fazer algo que não tem nada a ver com sua atividade profissional, mas que nos dão prazer, ou descobrir que os computadores e a web sobrevivem sem você. São apenas algumas delícias que durante o ano temos dificuldades de executar.
Por isso mesmo, as férias podem ser muito produtivas. Alguém vai dizer: lá vem ele de novo querendo que façamos algo de produtivo nas férias.
É claro que você pode aproveitar para fazer isso também, mas me refiro exatamente ao ócio criativo fora do ambiente de trabalho. Sim, já que é nesses momentos que nossa criatividade aflora e se intensifica.
Justamente quando desligamos, desaceleramos e reduzimos o ritmo é que estamos mais propensos a ter serenidade, pensar e enxergar mais longe. Ao estarmos mais receptivos e sob pouca pressão, discernimos melhor e encontramos portas que antes pareciam paredes.
É tão interessante essa realidade que frequentemente temos excelentes ideias ou mesmo soluções para problemas difíceis nos momentos mais relaxados do nosso dia-dia, como o banho ou mesmo dormindo, e não no trabalho. Deitamos com um problema e acordamos com uma solução.
Isso explica um pouco o porquê da propensão de no período de férias fazermos planejamentos e muitas vezes inclusive exagerar nos objetivos e metas. Algo que normalmente não temos tempo para fazer durante o ano laboral. É porque o cérebro não para e a linha que separa o dever do prazer é tênue.
Nesse sentido, é que se entende como o clima organizacional é fundamental para a criatividade e a inovação. Sabe-se que um ambiente agradável irradia energia e colabora para a rápida solução de problemas e a criação de novas alternativas.
E depois das férias, ainda sobram o doce sabor do que foi vivido, as fotos, as histórias e a energia que nos alimenta até o ano que vem.
Boa semana de Gestão & Negócios.
A propósito, com este artigo encerro 2013 aqui na coluna. Agradeço àqueles que comigo estiveram e pelas contribuições ao longo do ano. Espero reencontrá-los com saúde, bons planos e paciência para a leitura dos meus ensaios, em meados de janeiro. Anseio que tenham um Natal abençoado e um feliz 2014. Até lá.

(*) Eleri Hamer escreve esta coluna às terças-feiras. É professor do IBG, workshopper e palestrante –  [email protected]

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