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Educação municipal, estadual e federal pedem socorro

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Edileusa Pena

Senhores Gestores da Educação Pública: é muito triste constatar no jornal A TRIBUNA que a Secretaria de Educação abre edital de concurso para diversos cargos e, mais uma vez, deixa de lado a questão primordial: – a Biblioteca Escolar e a contratação de bibliotecários, justamente porque os gestores escolhidos pelo povo ignoram completamente o valor da informação, do conhecimento, do bibliotecário e da leitura, que transformam seres humanos em sujeitos proativos.
Uma triste realidade constatada ao discutir com uma diretora de escola do município rondonopolitano. Todavia esta mesma diretora que está contando os dias para sua aposentadoria, infelizmente acredita que a formação do indivíduo resume-se apenas em ensiná-lo a ganhar dinheiro.
Para esta mesma diretora, que desconhecemos qual foi seu processo de seleção ou de indicação para cargo da mais alta competência, menosprezando o saber, o bibliotecário, a biblioteca escolar, a leitura e o conhecimento, me indagou – Se eu orientaria um filho meu a ser professor? Mesmo estupefata com a pergunta de imediato respondi: – É claro que ensinaria meu filho a ser professor ou ser bibliotecário. Somente não o ensinaria a ser marginal ou criminoso, pois este é o caminho de quem só pensa em dinheiro e como tirar um pouco mais do bolso do povo, seus eleitores já tão sofrido e tão mal remunerados.
Sob a perspectiva pedagógica e cidadão, acredito veemente que a Leitura, Informação e Conhecimento são bases da formação do indivíduo e de sua transformação em um sujeito livre, autônomo, proativo, competente e capaz de gerir seu próprio destino sem a piedade de ninguém, muito menos daqueles ou daquela diretora, que me respondeu em alto e bom som: – Pois eu vou ensinar meus filhos a ganhar dinheiro porque esta coisa de leitura, de formação ética e moral são pura bobagem e não leva ninguém a lugar nenhum.
Caros leitores: Meu sonho foi ser professora, talvez não tenha sido a melhor de todas, mas, ao deitar minha cabeça no travesseiro durmo tranquilamente com a sensação do dever cumprido. Por esta razão, quero continuar sendo humilde, sofrendo para pagar minhas contas no final do mês, justamente porque o que ganho como professora doutora e universitária é menor do que o piso salarial de uma governanta, de acordo com a nova lei trabalhista de empregados domésticos, decretada pelo Ministério Público recentemente.
Ah! E sabe aquela diretora? Mal fica na escola, tem um carrão da “hora” e está apenas aguardando sua gorda aposentadoria que deve sair em breve. Sabe quem pagará pelas suas mordomias e gorda pensão? Isso mesmo, nós contribuintes honestos que não temos apadrinhados e muito menos direito a privilégios pagos com o dinheiro do povo.
Vocês sabem também qual é a opinião da nossa Secretária de Educação que realizou uma reunião à portas fechadas somente para uns poucos convidados? A resposta dela quando, nós, da Biblioteconomia sugerimos a abertura de edital para contratação de bibliotecários escolares foi muito triste, meus leitores. Resumidamente e em poucas palavras, a excelentíssima primeira-dama do Município e Secretária de Educação considera o cargo de Biblioteconomia uma “bobagem”. Para ela, seria uma despesa desnecessária com um profissional que estudou e estagiou durante quatro anos, que conhece como nenhum outro profissional as técnicas de motivação, atividades lúdicas e interativas para entreter o leitor e, em um primeiro momento, ensiná-lo a criar o hábito da leitura e, logo após, construir o prazer de ler cotidianamente.
Na mesma reunião e ainda nas palavras da Secretária de Educação (traduzida ao meu modo) nos indagou completamente alheia ao trabalho do bibliotecário, inclusive perguntando o que este profissional faz e se qualquer outra pessoa não poderia fazer. Enfim, sem comentários…
O Edital de Concurso para Secretaria de Educação saiu e nele não consta a vaga do Bibliotecário. Seria muito bom começar um protesto contra estes eleitos pelo povo que não querem educar nossas crianças e muito menos transforma-las em leitores críticos, capazes de interpretar nas entrelinhas a enganação, a maldade de uma gente consumista, egoísta, extremamente consumidora que só pensa em dinheiro e ganhar posição e destaque à custa dos outros.
O Gigante Educacional em Rondonópolis precisa acordar, mas não somente na universidade e, sim, em todas as esferas escolares, em especial na Educação Básica e no Ensino Fundamental, como o próprio nome diz: ele é essencial para formação complexa do indivíduo, para quando for para a universidade não estar completamente sem saber de nada. O básico que deveria ter aprendido nas escolas públicas municipais ou estaduais da Educação Básica, do Ensino Fundamental e Ensino Médio (para este tenho algumas considerações que deixarei para uma próxima oportunidade).
Caríssimos, não se enganem, pois tudo isso é o reflexo das nossas escolas em completo estado agonizante, pedindo SOCORRO, por causa dos gestores que concedemos procuração por quatro anos ou lhes reconduzimos ao cargo, seja na política partidária ou na gestão diretiva de nossas escolas e da universidade pública em Rondonópolis.
Os políticos e gestores diretivos foram eleitos para defender o bem comum. Entretanto, abusam do poder concedido e fazem o que bem querem com o dinheiro alheio. Vivem em mansão, andam em seus carrões em alta velocidade, praticam inúmeras atrocidades e não estão nem aí para o bem estar coletivo, para a solidariedade e o amor ao próximo.
Bem comum e coletividade para eles significam consumo e satisfação próprias, necessidades individuais e uma boa vida à custa dos eleitores. No mais, a população que se dane, que corra atrás de seus sonhos e de dinheiro no final do mês para pagar as altas contas de água, luz, telefone, cesta básica, todas com altíssimos impostos embutidos.
Fico por aqui na esperança de que o Gigante Educacional acorde (#acordagiganteeducacional). Que os leitores deste texto também acordem, comentem, compartilhem e curtam a vontade, para que todos saibam que esse não é um desejo de uma única pessoa insatisfeita com tudo que estamos vivendo. Amém, que Deus nos abençoe.

(*) EDILEUSA REGINA PENA DA SILVA é consultora corporativa e professora universitária com mestrado e doutorado. Uma apaixonada por crianças, pela informação e pelo conhecimento que transforma mentes, atitudes e comportamento – [email protected]

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4 COMENTÁRIOS

  1. Esta é uma bandeira que todos devemos levantar neste momento que o governo estadual comunicou o concurso estadual na área da educação. Faço minhas as palavras da minha mestra Edileuza Pena e a parabenizo pela coragem e perseverança com a qual vem ao longo dos anos brigando por nós bibliotecários e acadêmicos de biblioteconomia da UFMT.

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