É o espaço aberto do mundo
E quanto mais é voador
Mais o perigo é profundo.
Da vaga-lume,
É a noite que escureceu
E por mais que se acostume
Seu caminho parece um breu.
Do corujão,
É a solidão em vida sozinho
E quando entoa a triste canção
Perde-se pelo caminho.
Do morcego,
É moradia abandonada
E quanto parasita tem seu sossego
Um futuro de cabeça virada.
Do caburé,
É vasta de adversidades
E vai além sem ter até
Quando não há falsa liberdade.
Da mutuca,
É pautada de momentos
Mas não tem neurônio na nuca
Qualquer sangue é alimento.
Do urutau,
É sentar num toco e abrir o bico
Permanecendo inerte como tal
Se para o mal dos mosquitos, eu fico.
(*) Francisco Assis Silva é bombeiro militar – [email protected]