23.2 C
Rondonópolis
, 2 junho 2024
 
 

Horário de verão, de novo?

Leia Mais

- PUBLICIDADE -spot_img

Neste dia 16 de outubro de 2011 começa mais um martírio para a sociedade brasileira, o sem graça, sem nexo e sem sentido horário de verão.  Embora apresentando pífios resultados econômicos e muito desconforto a todos, o governo insiste em mantê-lo com justificativa para economizar energia elétrica em horário de pico no verão.  O certo mesmo é que gostando ou não essa embromação vai continuar!
Será que merecemos isso?  Um país rico em recursos hídricos como o Brasil, o que falta é planejamento para produção de energia limpa e sustentável, só o governo não vê! Não é mesmo?  Embora sem qualquer sustentabilidade econômica, social ou ambiental, a administração pública federal não conseguiu, ao longo desse período, quase um século, resolver a questão justificando apenas o horário de pico como fator.
No entanto, de acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS), a previsão é que haja uma redução de 4% a 5% de energia o que representaria aproximadamente dois mil megawatts de energia no país, ou seja, mais ou menos cinquenta milhões de reais de economia no período de outubro de 2011 a fevereiro de 2012.
Penso, sinceramente, que a insignificante fração de energia economizada durante esses 133 dias não justifica, de forma alguma, o transtorno criado na vida das pessoas.   Biologicamente falando, sabemos como esse horário altera nosso relógio biológico, ritmo de vida… O país não precisa mais conviver com uma situação vexatória e sem graça como essa! Não é mesmo?
Em 1931, quando o Brasil vivia uma situação inusitada correndo sérios riscos de ficar às escuras por falta de energia elétrica, o então presidente Getúlio Vargas instituiu, por força de lei, o horário de verão. E agora? Passado quase um século de letargia na administração pública federal, ainda, vivemos como nossos pais!
Ao ler interessante artigo do empresário Antônio Hermírio de Moraes, sobre o potencial hidrelétrico do país faz refletir: “Tenho acompanhado o noticiário sobre essa situação e senti falta de análises que destaquem a imensa potencialidade do Brasil na área da hidroeletricidade”.
É verdade, poucas nações no mundo desfrutam de tantas riquezas naturais.  20% da água doce do mundo se encontram no Brasil, é uma quantidade colossal, ademais, a geração de energia por meio de hidroelétricas tem externalidades preciosíssimas.  Nos reservatórios, podem-se criar peixes em grande profusão, depois de passada pelas turbinas a água pode ser utilizada para irrigação em grandes áreas de produção agrícola ou pequenas hortas caseiras como queiram.  Ao contrário do que se pensa, a biodiversidade do entorno das usinas pode ser melhorada depois de eventuais desequilíbrios momentâneos.  O que não se justifica é a generalização de ambientalistas, segundo os quais a exploração de nossos potenciais hídricos é sinônimo de devastação da natureza.
Vale ressaltar que o Brasil tem sólida vocação para produção de energia limpa e extraordinária topografia, os rios brasileiros têm enormes potenciais hídricos, privilégio para poucos, não?  Então, por que não utilizá-los racionalmente?   Vê-se que Deus foi, é, e será sempre generoso com o país, assim sendo, as autoridades brasileiras precisariam visualizar essa dádiva divina, e construir mais hidrelétricas, especialmente as chamadas (PCHS) que são modernas, não causam grandes impactos ambientais e produzem bons resultados.  Se assim pensar e agir, certamente estará evitando esse fiasco, recorrente chamado horário de verão! Não é mesmo?
Como disse no início desse artigo, poucos países têm o privilégio de possuir tantas riquezas naturais. Será que realmente precisamos de horário de verão?

(*) Romildo Gonçalves é biólogo, mestre em Educação e Meio Ambiente, Perito Ambiental em Fogo Florestal , Prof/pesquisador da Ufmt/Seduc – [email protected]

- PUBLICIDADE -spot_img

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Publicidade -
- PUBLICIDADE -

Mais notícias...

Nível do Guaíba fica abaixo da cota de inundação pela 1ª vez em um mês

O nível do Rio Guaíba, em Porto Alegre, ficou neste sábado (1º) abaixo da cota de inundação pela primeira...
- Publicidade -
- Publicidade -spot_img

Mais artigos da mesma editoria

- Publicidade -spot_img