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Rondonópolis
 
 

Lendas urbanas

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É impressionante como muitas coisas acontecem principalmente nas cidades, sejam elas verdadeiras ou não. Sai um comentário daqui, outro dali e outro e mais outro, e pronto, temos uma enorme bola de neve, de modo que as companhias cinematográficas norte americanas exploram muito bem esse aspecto e faturam alto.
A imaginação corre solta. Basta um pingo de verdade e um balde cheio de crendices, inverdades e superstições que temos todos os ingredientes para mais uma “Lenda Urbana”, que corre por todos os cantos iguais ao vento em noite de tempestade, com seus sons e gemidos, como se viesse em busca de algo, mas não encontra e eis o porquê desses sons e gemidos profundos e melancólicos.
Pessoas correm pelas ruas e calçadas à procura de um abrigo ante a iminente tempestade que se aproxima. Algumas conseguem chegar às suas casas e trancam portas e janelas. Outras procuram os pontos de ônibus ou as marquises dos prédios, pois já é noite. As luzes dos postes e das vitrines começam a piscar por diversas vezes, prelúdio de que a energia elétrica poderá faltar de um instante para outro. Todos estão apreensivos, nuvens negras se aproximam e com elas um vento forte, muito forte. Raios cortam os céus e os estrondos são ensurdecedores. Começa a chover muito forte com rajadas de vento fortíssimo e as luzes se apagam por completo. Reina a escuridão. Pessoas gritam nervosas. Estão apavoradas. Nos pontos de ônibus nenhum veículo aparece, fazendo com que muitas pessoas fiquem ainda mais nervosas. Algumas se põem a chorar, outras a rezar em voz alta em meio ao ribombar dos trovões e do aguaceiro que caia, mais parecendo um dilúvio.
Um ônibus passa pelo ponto sem que parasse, pois estava completamente  lotado e segue adiante com muita dificuldade. A visibilidade era quase zero, apesar dos faróis ligados. Nenhum outro ônibus apareceu pelo espaço de mais de duas horas, aumentando ainda mais a tensão, medo e desespero daquelas pessoas.
Com o clarão dos relâmpagos viam-se diversos vultos escuros que atravessavam as ruas e desapareciam como por encanto entre os prédios. Alguns passavam bem próximo ao ponto de ônibus e também desapareciam. Pareciam flutuar com leveza e rapidez. Talvez fossem pessoas, talvez não, não se sabia ao certo. Eram indistintos naquela escuridão. Vultos, apenas vultos. A visão era pouca e tão somente quando os relâmpagos clareavam as ruas. Era assustador, sem sobra de dúvida. As pessoas gritavam, algumas tão alto que se sobrepunham às trovoadas e ao barulho da intensa chuva e vento fortíssimo. O desespero tomava conta. Um frio intenso e arrepiante percorria o corpo daquelas pessoas. Algumas tremiam tanto que se podiam ouvir os dentes baterem uns nos outros. Havia terror em seus olhos ante o inusitado.
Defronte ao ponto de ônibus havia uma prédio de apartamentos. Estava às escuras também. Em diversos deles janelas rangiam ruidosamente e ouviam-se gritos, muitos gritos e choro. Vez por outra portas batiam com violência, enquanto que o vento e a chuva aumentavam cada vez mais. Os raios e trovões eram constantes, de arrepiar todas aquelas pessoas, pois o que estava acontecendo era incomum, como se o mundo fosse acabar de vez. Ninguém se sentia seguro, mesmo dentro de casa. Vultos escuros apareciam do nada tanto nas ruas como nos prédios de apartamento e desapareciam simplesmente, como se evaporassem. Parecia que estavam a brincar e divertir-se em meio à tempestade. Esse fenômeno durou exatamente duas horas. A energia elétrica voltou e nunca mais os vultos escuros apareceram novamente, como se não existissem. Pessoas comentam e entendidos afirmam ser apenas uma questão de ótica em noite de tempestade, ainda mais com aquela escuridão, mas o mistério continua. Até hoje muitas pessoas ficam arrepiadas somente em lembrar-se do ocorrido. Isso aconteceu numa cidade média do interior, o que dizer de uma grande como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre ou Belo Horizonte? O caos seria bem maior, dadas às circunstâncias.  Seria essa mais uma Lenda Urbana? Tudo é possível, pois a imaginação, crendices, verdades e inverdades vão longe, muito longe.

(*) ORLANDO SABKA é morador em Rondonópolis –     E-mail: [email protected]

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