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Ele mora entre nós

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É Natal. Deus entra na história da humanidade. Jesus nasce na gruta em Belém. “Hoje na cidade de Davi, nasceu para vocês um salvador, que é o Messias, o Senhor” (Lc 2,11). Manifesta-se o tempo de boas notícias, pois a história toma um rumo novo, anunciando a solidariedade de Deus sempre fiel e presente na vida de cada pessoa. Glória a Deus no mais alto dos céus. Sua glória é ação concreta trazendo paz, esperança e salvação para todos.
Jesus é a luz que brilha na escuridão do mundo. Ele veio trazer a justiça, a paz e a libertação para todos. Seu nome dá a conhecer suas ações em favor do povo: “Conselheiro Maravilhoso, Deus forte, Pai para sempre, Príncipe da Paz” (Is. 9,5).
Natal é o nascimento de Jesus. Esse acontecimento a Igreja o proclama todos os anos com celebrações alegres, festivas, carregadas de simbolismos que expressam o amor e a bondade de Deus para conosco. Deus assume a natureza humana. Conforme São Leão magno: “Hoje nasceu o nosso Salvador. Alegremo-nos. Não pode haver tristeza no dia em que nasce a vida; uma vida que, dissipando o tempo da escuridão, enche-nos de alegria com a promessa da eternidade. Ninguém está excluído da participação nesta felicidade. A causa da alegria é comum a todos, porque Jesus, o Senhor veio para se tornar gente e assumir a nossa condição humana”.
O Natal é celebrado ao longo da história. É uma festa que comove os corações. Onde nasce a vida, nasce a esperança e a alegria. Nas grandes e pequenas cidades, nas casas e no comércio, luzes e colorido ornamentam ambientes e enchem os olhos de curiosidade. O foco do Natal caminhou para o lado social. Presépios sem Menino Jesus, ceias fartas sem uma oração, luzes sem a Luz que é Jesus.
Todos almejam a paz, mas o conflito, a fome e a pobreza afligem milhões de pessoas. Conforme o profeta Isaias uma multidão “carrega uma pesada carga nas costas”. A cada ano a Igreja convoca os cristãos e todos os homens e mulheres de boa vontade para rever os critérios que norteiam a condução do mundo. Há muitos avanços, conquistas e melhoria de qualidade de vida, mas o sofrimento ainda machuca grande parte da humanidade. As relações entre pessoas, gerações, famílias e convivência do dia a dia pautam pelo isolamento. Cada vez mais as pessoas sabem menos das pessoas e criam um distanciamento que impede o diálogo, escuta e a partilha. O Natal é uma proposta para a aproximação de famílias, de gerações, de amigos. Tempo de ir ao encontro, perdoar, criar laços, rever a vida e optar pela dignidade humana.
“O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma humana, levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito andar a passos lentos para a miséria e a vida sem sentido. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos. Nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que a inteligência, precisamos de doçura. Sem estas duas virtudes a vida será de violência e tudo será perdido”, expressa Charles Chaplin.
São Paulo na carta a Tito alerta: “Ele se entregou por nós para nos resgatar de toda maldade, purificando para si um povo que lhe pertença e que se dedique a praticar o bem” (Tt, 2,14). A euforia das compras, dos presentes, das festas e das luzes não deve ofuscar a centralidade no Natal que é Jesus o Salvador. A esperança é renovada. Uma luz brilha sinalizando que é possível um mundo com paz, justiça, amor, fraternidade e respeito pela vida. O Filho de Deus mora no meio de nós. É natal, festa da vida, do encontro, da salvação.
Almejo a todos os leitores um santo e abençoado Natal. Que a paz e a esperança renasçam no coração na certeza de que somos amados por Deus como filhos e filhas.
(*) Dom Juventino Kestering é Bispo Diocesano de Rondonópolis

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