Até pode parecer estranho o título deste artigo, “vivenciar o lugar”. Mas vamos procurar definir o porquê da sugestão deste. A mudança só acontece quando estamos presentes e querendo mudar. Querer não é só poder, temos que fazer e ter condições para efetuar o querer.
Deste modo, para mudar qualquer situação ou melhoria, temos que vivenciar o cotidiano, procurar informações, efetuar um levantamento micro e macro do local. Todas as vezes que fazem algo na cidade, fico a pensar se a pessoa ou o grupo responsável mora aqui mesmo, anda pela cidade, pensa nos prós e contra da mudança física ou só a enxerga em traçados cartográficos de uma planta baixa, sabe-se lá de onde faz essa mudança. E, com certeza, toda e qualquer mudança gera algum descontentamento, ninguém agrada a todos e nem deve, mas pode ser amenizado quando se faz presente e com uma equipe técnica capacitada.
Quando se fala em mudar mão de vias públicas, reforma de lugares, ou melhorias de bairros, atendimento ao público e etc, fico um pouco ressabiado, vem mais uma maquiagem, um engodo de obras ou ações públicas, pulverizadas pela dissolução de verbas.
Ao meu modo de ver, toda e qualquer mudança, não muda só por mudar. Tem que se fazer um estudo mais detalhado, procurando razões de melhorias da infraestrutura. Veja bem, quando algum representante público for e se, aliás, for a algum bairro propor de fazer melhoria, não se pode visualizar um único evento, tem que se agregar mais condições e fatores, não vá pensando em um só representante, para uma só situação, vá todo staff da administração, vá todo operacional e viva uma semana tendo um olhar clínico, procurando informações, colhendo sugestões.
Às vezes, desta forma, uma olhada de perto no problema diminui custo administrativo e operacional, que hoje é muito importante para todo gestor responsável.
Pois, com responsabilidade gerencial, administrativa e operacional faz-se locar recursos em áreas de maior prioridade. Digo isso pelo passado recente e no presente que temos pessoas técnicas no cargo de gestor de nossa cidade. Hoje como sugestão, pedimos ao gestor vivenciar regiões com sua retaguarda de colaboradores e com alguns profissionais que podem dar ideias para melhorias de regiões até certo ponto esquecidas ou mal administradas pelo poder público.
Todo ano repete algumas situações, como exemplo: começo de chuva, o tempo das águas, acontece alagamento, ruas sem asfalto com crateras, e ruas com asfalto toda esburacada. A saúde com filas intermináveis de pessoas para serem atendidas em postos de atendimento e etc. Nisso pergunto? Cadê o planejamento, a antecipação dos problemas, ai vem o questionamento: é coisa casual ou costumeira a acontecer, isso entra em um plano de ação para minimizar os problemas.
Não é preciso ter bola de cristal para adivinhar, se não cuidar, as coisas sempre irão acontecer e tornar-se-ão a repetir. Se não houver nada de melhorias conclusivas e eficazes, sempre haverá reclamações, julgamento de capacidade do gestor público e de seu staff.
Trazendo melhorias em algumas regiões, ou seja, um incremento real, como praças, centro de saúde e educacionais, ruas melhores, atividades e/ou local de lazer, impacta muito na própria localidade e em regiões circunvizinhas.
Melhorando condições básicas, fomenta solidamente a atividade econômica da região, gera um fator de agregar valor e ser um diferencial da localidade, desafogando gargalos do município. E, neste desenvolvimento, cresce a cidade mais solidamente, e assim tem a certeza que existirão vários pontos fortes e pujantes de investimento, gerando mais renda aos moradores e impostos ao município, com a qualidade de vida, apenas vivenciando o lugar.
Gestores, vivam mais a sua cidade, ande, respire, veja os problemas e inove com soluções verdadeiras.
(*) Gilberto de Sousa Bruno é rondonopolitano
