A fisioterapia pélvica é uma recente especialidade da fisioterapia, que visa o tratamento de disfunções do assoalho pélvico (musculatura do períneo). O assoalho pélvico é responsável pela sustentação de órgãos (útero, bexiga e reto) e também pela continência urinária e fecal. Quando esta musculatura sofre lesões ou sobrecargas (sobrepeso, gestação, parto), ela se torna enfraquecida e propícia ao aparecimento de determinadas disfunções. Essas disfunções são variadas, podendo surgir isoladamente ou um conjunto de problemas, que podem ser eles: incontinência urinária, incontinência fecal, dor na relação sexual, alterações sexuais femininas e prolapsos genitais (conhecidos popularmente como “bexiga baixa”). Além disso, outros sintomas podem ser resolvidos com a fisioterapia, como vontade de urinar muitas vezes ao dia, não conseguir segurar a urina até chegar ao banheiro e problemas neurológicos que causam disfunção miccional/fecal.
Dados da Organização Mundial de Saúde indicam que 10% da população brasileira (18 milhões de pessoas) sofrem com a incontinência urinária, dentre estas 70% são mulheres em período pós parto, menopausa e até mesmo atletas (o impacto de algumas atividades físicas fazem com que ocorra a perda de urina). Pesquisas indicam que até 50% das mulheres adultas terão incontinência urinária em algum momento da vida, dado muito importante que revela a importância de um trabalho preventivo a fim de evitar esse desconforto que muitas vezes acaba levando a mulher á depressão e afetando sua vida social e afetiva.
A fisioterapia apresenta-se muito importante também na vida da mulher que se prepara para a gestação, atuando do pré ao pós-parto. O organismo da mulher passa por diversas alterações fisiológicas para deixar o corpo apto para gestar o bebê. Porém, quando a musculatura pélvica não está preparada adequadamente para isso, podem ocorrer pequenas lesões musculaturas durante o parto normal que futuramente podem trazer algumas consequências, como a incontinência urinária e prolapsos genitais. O pré-parto envolve alongamento, relaxamento e exercícios proprioceptivos para a musculatura perineal, preparando-a para sustentar o peso do bebê e fazendo com que no momento do parto seja uma musculatura mais flexível á passagem da criança. Durante o trabalho de parto a fisioterapia atua ajudando a gestante a relaxar e realizar exercícios que ajudam a diminuir o tempo de trabalho de parto, além de muitas vezes evitar a realização de episiotomia. O pós-parto é realizado com o objetivo de fortalecer e recuperar essa musculatura que sofreu uma “agressão”, recuperando o bem estar da mulher e prevenindo futuros incômodos sexuais e até mesmo a incontinência urinária. Muitos hospitais no Brasil, e principalmente na Europa, já adotam o sistema de atendimento fisioterapêutico dentro da maternidade, no trabalho de parto e pós-parto imediato.
O tratamento fisioterapêutico envolve cinesioterapia específica, eletroterapia, biofeedback e terapia comportamental. Os resultados costumam ser rápidos, além de ser um tratamento completamente indolor e fácil de ser realizado.
Dra. Patrícia Rietjens
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Fisioterapia pélvica
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